terça-feira, 29 de novembro de 2011

Amigos



“O que é a amizade?”

Pergunto-me na solidão,

Pois, quem amo sempre parte,

Às vezes sem aperto de mão.







Porém, para minha felicidade,

Os amigos que comigo estão,

Sendo livres como pássaros,

Aquecem-me o coração.







Gaiolas transformam o canto

Em torturante e triste lamento

Só tenho amigos quando,







Ainda que por um breve momento,

Podem comigo dividir riso e pranto

E seguirem suas vidas vivendo.









                                                          Adalto Paceli








domingo, 27 de novembro de 2011

Convite

Caros leitores,

Fico feliz quando acesso este blog e vejo que vocês estão lendo os textos, gostaria que enviassem o que escrevem, pode ser um poema, uma narrativa, um artigo de opinião, um recado, uma frase de efeito, dentre outros. Caso prefiram, enviem para meu e-mail que eu mesmo posto aqui: piopaceli@ig.com.br
Um abraço,

Adalto Paceli

domingo, 20 de novembro de 2011

Coisas de adolescente

Coisas de adolescente





Aquela garota sentia

Um friozinho lhe percorrer

Toda vez que aquele jovem

Disfarçada podia ver.





Um dia tomou coragem,

Fingindo ser sem querer

Deixou o celular cair

Só pra ele a perceber.





O jovem tão distraído

Quando por ela passou

Aquele objeto nem notou.





Ela, muito sem jeito,

O aparelho foi pegar

E para seu espanto

Sentiu o celular vibrar.





Ouviu um risinho

No fundo do corredor

E no aparelho a mensagem:

“Não foi desta vez, meu amor!”





                               Adalto Paceli




sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Papo de sogra





      Lá estava eu, mais uma vez entediado, numa tarde quente de domingo, sentado ao lado de uma estranha no shopping, enquanto minha cara metade fazia compras na loja em frente.
     Subitamente ela me pergunta se eu tenho sogra. Estranhei, mas como estava à toa respondi que sim. Então ela continuou:
     _ Você acha correto minha nora brigar comigo só porque faço questão de dormir no quarto da minha neta? Custa a menina dormir alguns dias no quarto de hóspedes? Afinal, eu sou a mãe do marido dela, tenho meus direitos, concorda?
     Não sabia o que responder, nunca vivi uma situação como esta, pois minha sogra é uma mãe pra mim, ou quase, digamos que ela é gente boa, sem exageros, não é?
     Mas eu tinha de me posicionar, a mulher olhava fixamente pra mim, então falei:
     _ A senhora sabe qual é a distância ideal pra se morar da casa da sogra? É a em que não se possa ir de chinelos ou que não seja necessário levar malas.
     A tal sogra indignou-se, mas quando ia revidar, para minha sorte, minha esposa chegou carregada de sacolas e pude polidamente dizer:
     _ Até logo, foi um prazer.


Adalto Paceli

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Que bom seria!

Que bom seria se não acabasse um dia
a infância de um menino.
Pureza nos olhos, coração destemido
e pés descalços na rua a brincar
contente na chuva a se molhar.


Correndo sem rumo e sem pressa de acabar,
bolinha de gude, pique-pega e pião de montão.
Ainda nos lábios, o sabor de bala, algodão doce
e guaraná...
Ah, que bom seria se esta infância voltasse um dia,
que bom seria...



Wellington José Vieira
5ª Série da EJA

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Declaração de bens

                               

Noite de domingo.

Tenho algumas possibilidades,

Posso escolher...

Ficar quieto, pensar no filme que vi,

A casa na Areia.



Naquela mulher

Que quis partir,

Mas não pode. Depois não quis.

Queria sair e fugir.

Ficou e desistiu.

Essa mulher, uma outra pode ser...

Uma amiga doente

Que não quer me dizer.



A da casa é de mentirinha,

Minha amiga não,

Gostaria que de mentira fosse

O mal que a definha.



Minhas possibilidades?

Ah, um amigo está em lua de mel,

Ligo, ligo e ninguém atende,

Entende?



Parei a poesia, era ele ao telefone,

Acho que adivinhou

Que estava me sentindo só,

Neste apartamento cheio de pó.



Taí ...

 Vou dar uma geral,

Tirar a poeira.

Mas...

A mulher da casa na areia?

 Minha amiga?  Lua de mel?

Quimioterapia?

Deus, que anarquia!



Se tivesse coragem pularia da vida,

Minha amiga é velha, eu também.

Ela não me liga, é forte,

Tem fé esta mulher.

Meu amigo colocou-me numa gaveta,

Só acha a chave quando quer.



Arrumei uma tosse, ando dizendo que é alérgica.

Quantas coisas tenho!

Amigo, amiga, pó, alergia...

Vou dormir, amanhã é outro dia.

                                                                                                  Adalto Paceli