sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cartas - depoimentos - divagações

Sair do anonimato é uma necessidade básica, todos querem ser vistos, reparados e considerados e ninguém quer passar pela vida sem deixar uma marca, um sentimento no coração de alguém, uma ideia inteligente que desperte no outro algum interesse. Tudo isto porque somos seres afetivos, precismos dar e receber calor humano, somos seres inteligentes e queremos que, de alguma forma, nosso raciocínio interaja com outro e que nossa inteligência brilhe nele.
Pois bem, tudo isto percebemos em nossos alunos. Quando falam, querem ser ouvidos; quando escrevem, querem ser lidos; quando reclamam, querem ser notados,  são como todos os seres humanos. Assim, promover o diálogo, a interação, a leitura, o riso, o desabafo, o silêncio ... parece tarefa simples, mas para aquele professor que está de corpo e alma na sala, não o é, pois exige esforço, acuidade, amorosidade e conhecimento.

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Um destes momentos é quando escrevem, querem que aquilo seja lido, pois demandou debruçar-se sobre, desnudar-se algumas vezes, silenciar-se num mundo ruidoso. Então lemos, afixamos na sala e, caso permitam, publicamos aqui. As cartas e autobigrafias que você lê abaixo são exemplos disto, um texto que me comoveu foi o da aluna Mayara do noturno, moça pacata e ingênua que se vê assustada com a perspectiva de ser mãe, o que já aconteceu recentemente.
Tivemos um aluno notável no noturno, o Sr. Roque, homem de elevada distinção e elegância no trato com todos. Hoje, ele está concluindo o Ensino Médio na E.E. Pedreira de Freitas, aqui perto do nosso Cemei. Numa determinada atividade de escrita, ele nos apresentou um belo texto, fizemos algumas sugestões de reparos ortográficos e gramaticais, mas de antemão, já avaliamos a qualidade de seu texto. Pois bem, enviamos sua redação para o Jornal A Tribuna, que tem uma bela parceria com as escolas públicas municipais de Ribeirão Preto.
Para nossa alegria, risos, o Sr. Roque não só teve sua história publicada, como também foi homenageado pelo Jornal numa cerimônia pública à qual comparecemos com grande satisfação. Mais uma vez, parabéns, Sr. Roque. E a todos os alunos que escrevem e nos confiam seus texto, nosso muito obrigado.
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Somos impacientes e ansiosos, infelizmente, queremos ver no semblante dos que nos ouvem uma resposta, ainda que mínima, talvez um mover de lábios, um arregalar de olhos, ou seja, um simples sinal de que estão acompanhando nosso raciocínio. Mas isto nem smpre acontece, muitas vezes, nos olham com cara de paisagem e é difícil controlar nossa decepção.
Há pouco tempo, li em sala um dos mais belos contos que conheço " A moça tecelã", de Marina Colasanti. Fiz uma leitura quase que dramatizada e ao terminá-la nem uma expressão diferente, parecia que eu tinha passado um teoria sobre substantivos. Com um nó na garganta, passei para a atividade de compreensão do texto que o livro propunha.
Aprendemos há   algum tempo que isto se chama idiossincrasia, que a maneira com que cada um recebe uma mensagem é pessoal. Aí entra nossa ansiedade, que é o querer "comandar" a maneira como o outro recebe o que falamos. Exercício difícil, pode acreditar, é este para o professor, pois nossa ânsia para que o outro cresça, assimile é tanta que até esquecemos a interessante frase de Paulo Freire "A educação é um fruto que o professor não come"
Um abraço,
Adalto Paceli

sábado, 13 de abril de 2013

Cartas imaginárias


                                                       Ribeirão Preto 02/04/13

João Paulo,

E aí, tudo bem? Espero que sim. Comigo vai tudo bem, estou escrevendo para lhe contar como são as aulas aqui no Cemei. São muito boas, estou aprendendo muito com os professores, apesar de alguns alunos atrapalharem as últimas aulas.
Decidi voltar a estudar  porque hoje  eu vejo que não somos nada sem os estudos, como é difícil sem o estudo arrumar emprego. Gosto muito das aulas de ciências, geografia e história, não muito de matemática, porque nunca  me dei bem em matemática, espero que você  seja  melhor  do que eu .
Pretendo me formar daqui a alguns anos em algo que envolva o desenho, sou desenhista e é o que mais gosto de fazer . Às vezes sento e fico na prancheta até virando a noite nos desenhos .
Bem, João Paulo, vou ficando  por aqui, espero que você me retorne um dia.

Cara, fique com Deus!


                                                                                                                           Gabriel de Lima

segunda-feira, 8 de abril de 2013

MINHA VIDA

Eu, Mayara  de Oliveira, Nasci em Ribeirão Preto
 e vou  contar minha  historia.
Tenho  17 anos.  Já perdi  minha  mãe,
 tenho só meu  pai e  minha  vida tem sido  difícil,
pois    vou  ser mamãe.
No começo, eu pensei  que seria fácil,
mas acho que me enganei, pois já sofri demais.
Hoje, quero dar  para o meu filho 
todo amor do mundo, 
espero  que com  as  graças de  Deus  eu consiga.
Vou  dar  toda  educação e
 lutar pra dar um futuro melhor a ele e
espero ser  muito  feliz , com  minha  família ,
quero ter forças pra continuar lutando,
 pois agora já não estou mais sozinha ,
está chegando um anjinho
enviado por Deus para me trazer  alegria.
Vou terminar meus estudos,
pois só assim posso ter certeza
que conseguirei dar pro meu filho
tudo que não tive quando era criança!

domingo, 7 de abril de 2013

ESCREVENDO MINHA HISTÓRIA



MEU NOME É DIEGO BARIZON,
MORO NA FAZENDA,
EU ESTOU VOLTANDO PARA A ESCOLA
 PARA APRENDER MAIS
 E  TER UM  FUTURO  MELHOR,
 PARA  SABER  DAS  COISAS.

FAZER CURSOS DE COMPUTADOR, FACULDADE
 E AJUDAR MEUS PAIS, MINHA IRMÃ E MEUS PARENTES.
UM DIA QUERO CASAR, TER FILHOS E AJUDÁ-LOS.
 BOM, FAZER DE TUDO UM POUCO.

 E ISSO SE DEUS AJUDAR E TUDO DER CERTO.
PRETENDO TIRAR MINHA HABILITAÇÃO
PARA ANDAR SEGURO NA CIDADE.

ISTO É UM POUCO DA MINHA HISTORIA
QUE AINDA ESTÁ SENDO ESCRITA.

Minha história




Oi, meu nome é Samara Barizon, tenho 23 anos, nasci na cidade de Ribeirão Preto. Então vou contar um pouco da minha infância, gostava muito de andar a cavalo, mas  a minha infância não foi muito boa, porque meus pais se separaram quando eu tinha cinco anos, sofri muito com isso. Quando completei quinze anos, fiquei grávida e tive que parar de estudar  para casar.  Fiquei casada durante oito anos.
Hoje, moro em uma fazenda com meu pai e minha filha,  só agora que  pude vir à escola, porque  fiquei afastada durante onze anos  e só agora percebi  o quanto ela faz falta  para arrumar um serviço bom.
Agora decidi voltar pra  correr atrás de tudo que perdi e quero  poder  fazer   faculdade  de engenheira agrônoma  porque trabalho nessa  área, pois quero poder  dar um futuro bom pra minha filha e mostrar pra ela que a escola hoje é tudo. Gosto bastante de estudar  e pode ter certeza que vou fazer o impossível pro meu sonho se realizar.
 Então é isso, vou sempre em frente, acreditando em Deus.