O âncora apresenta as manchetes e chama um longo comercial, na volta coloca três repórteres na tela e anunciam três daquelas notícias do início. Dentro de pouco tempo, inserções de propaganda dentro do jornal, ao término destas o âncora chama novo intervalo.
No "2º bloco" um ou dois daqueles repórteres voltam com as mesmas notícias, acrescentando uma ou duas palavras dizendo que logo voltam para "repercutir". Então, entram as reclamações dos munícipes: buracos, falta d'água ... Outra inserção comercial, detalhe, um dos próprios repórteres a faz. Geralmente remédios.
Terceiro bloco, dois daqueles voltam para apresentarem as mesmas notícias acrescentando duas ou três palavras. E vêm mais inserções de propaganda e reclamações de munícipes. O âncora também fica o tempo todo repetindo as mesmas notícias, denominando isto de repercutir.
Então chamam alguém, que dizem ser especialista, para comentar as manchetes, tome mais repercussão. Estes especialistas são geralmente os mesmos e, via de regra, criticam o poder público. Em seguida, a previsão do tempo, que é dada com alegria e ênfase despropositada, aliás, a maioria dos jornais televisivos trata o boletim meteorológico como se fosse a coisa mais importante do mundo e fazem caras e bocas para apresentá-los.
Enfim, retomando o Simão da Folha, tucanaram a repetição, agora é repercussão. A única parte interessante é a inteligência de um economista famoso e culto que faz comentários profundos e instigantes, exceção feita, será que podemos chamar a isto de jornal?