sábado, 23 de agosto de 2014

Criatividade e leitura

O desenho abaixo é do aluno Gustavo do  8º A da Escola Municipal de Ribeirão Preto Prof. Eduardo Romualdo de Souza. Garoto dedicado e inteligente, que além de colaborar durante as aulas com apartes, ideias e novas propostas ainda nos enche os olhos com sua criatividade ao desenhar. São alunos como o Gustavo, o Antenor do Noturno, As Isabelas, Letícias e tantos outros que nos estimulam a continuar neste ambiente mágico que é a sala de aula, que ora nos faz rir, ora chorar, ora aborrecer e muitas vezes, quando nos deparamos com a realidade social, em especial no noturno, com os jovens e adultos, sentimos até medo, mas o ideal fala mais alto e continuamos, sempre nos levantando e renovando nossas esperanças, a cada dia, como se fosse o primeiro.

-------------------------------------------------------------------------

Comentei aqui há algum tempo sobre o livro Infância, de Graciliano Ramos, uma das partes mais chocantes e lindas desse romance é quando a criança protagonista, ao passar por péssimos ambientes escolares do começo do século XX e em quase nada evoluir, sente-se profundamente feliz quando seu pai pede que  pegue um livro e traga para que leia em voz alta. Na primeira noite o pai é paciente, faz intervenções, pede ao filho que repita, embora este mais gagueje e soletre que leia. Na segunda noite, porém, o homem está mais arredio, a leitura é arrastada com caras e bocas daquele genitor. A tristeza maior é, quando ao terceiro dia, o pai repele o menino mandando-o embora da sala. Atordoado, a princípio, mas recuperando-se do triste golpe, procura Emília, sua prima, que faz para ele uma bela imagem, "os astrônomos mal conseguem ver as estrelas, pois estão muito distantes, mesmo assim  conseguem lê-las. Você com o livro tão próximo também conseguirá..." Isso lhe caiu no fundo d'alma, foi para o quintal com um livro nas mãos e dali em diante, misturando as fantasias de seus sonhos com os personagens das histórias, lentamente foi entrando no mundo mágico da leitura.
Abraços,
Adalto.