domingo, 12 de agosto de 2018

Letra legível 



Fui office boy ou guardinha e presenciei muito, estando na fila de bancos, as pessoas, a maioria maduras, constrangidas, sujarem o polegar numa almofada de tinta em substituição à assinatura. Depois ainda tinham de sair da agência, muitas vezes lotada, limpando ou tentando disfarçar o dedo manchado. 


Hoje, ainda bem, isso mudou! Mas um outro problema se destaca, a escrita ilegível. O garoto ou a garota é inteligente, participante, percebo que sua atividade está coerente, mas sua letra está ilegível, entendo porque professor, nesse sentido, é um misto de farmacêutico e adivinho.


Qual a minha preocupação então? Quando essa garota ou esse garoto precisar demonstrar a habilidade da escrita, uma avaliação visando a uma bolsa de estudos, uma redação solicitada por determinado empregador, um concurso ou processo seletivo, A REDAÇÃO DO ENEM, dentre outros.


Pode ser que , a longo prazo, a maioria desses exemplos será executada diretamente no computador, mas... e enquanto isso não acontece? 


No meu dia a dia tento remediar, converso, mostro a dificuldade, não nos leiam os teóricos de plantão, e alguns casos, até caderno de caligrafia, e se espantem, dá resultado.

Esse texto fica em aberto, dê sua opinião e sugira possíveis caminhos para minimizarmos esse problema.

Um abraço,


Professor Adalto.

Dias de paz

Tenta juntar suas folhas,
Num vendaval de agosto.
Quanto mais tenta, mais esparrama.

Ais sentidos suspira
E, à medida que fracassa,
No rádio anuncia:
Dia dos Pais!

Folhas ao vento... Tenta pegá-las,
Tarde demais, crianças não são mais.
Num vendaval de desatino,
Seu destino abreviou.

Quando verdes nos ramos
Viçosas não as pôde ver.
Teve pressa, árvores exóticas
Quis logo conhecer.

Retorna agora...
Mente madura, corpo enfraquecido.
Juntar folhas já não pode,
Pois lhe custa agachar-se.

Mas eis que de outras folhas
Da velha árvore surgem
Duas flores em botão,
Oferecendo um sorriso
Com perfume de perdão!

Adalto Paceli