sábado, 25 de julho de 2015

Tio Bejo

Aquele homem baixinho
Que anda olhando pros lados
Compra a casa da esquina
E os carrões estacionados.
Compra só de mentirinha
Em sua mente limitada.
Faz seu jogo de loteria
 Imagina-se milionário.

Ao voltar pra sua casa
Na Franca do calçado,
Encontra a mãe velhinha
Na rua em meio aos carros.
Grita, esbraveja, empurra
A pobre com mal de alzheimer.
Abre o portão aos arrancos
Com a mãe presa ao braço.

Não casou nem teve amor
De alguém que o quisesse,
 Vive assim iludido, no seu mundo encantado
Com mulher, mansão, empregados...
Enquanto isso na casinha
Morando com sua mãe,
Faz feijão com arroz,
Varre o chão, vai ao mercado.

Seu nome é Benjamin, 
 Todos o chamam de Bejo,
Levando essa vidinha, 
Cuidando da mamãezinha.
Poderia um dia ser lembrado
Pelo bem que assim fazia...
Mas não é bem assim,
Pois há algo errado.

Ser pobre, solitário e baixinho. 
Amargo e mal humorado 
É humano!
Sonhar e na lua tropeçar
Também se deve relevar.
Mas grosseria, gritos e arrancos?
Não! 
Aquela velha senhora

 merecia carinho!


                                                                                                                                  Adalto Paceli



















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