Aquele homem baixinho
Que anda olhando pros lados
Compra a casa da esquina
E os carrões estacionados.
Compra só de mentirinha
Em sua mente limitada.
Faz seu jogo de loteria
Imagina-se milionário.
Ao voltar pra sua casa
Na Franca do calçado,
Encontra a mãe velhinha
Na rua em meio aos carros.
Grita, esbraveja, empurra
A pobre com mal de alzheimer.
Abre o portão aos arrancos
Com a mãe presa ao braço.
Não casou nem teve amor
De alguém que o quisesse,
Vive assim iludido, no seu mundo encantado
Com mulher, mansão, empregados...
Enquanto isso na casinha
Morando com sua mãe,
Faz feijão com arroz,
Varre o chão, vai ao mercado.
Seu nome é Benjamin,
Todos o chamam de Bejo,
Levando essa vidinha,
Cuidando da mamãezinha.
Poderia um dia ser lembrado
Pelo bem que assim fazia...
Mas não é bem assim,
Pois há algo errado.
Ser pobre, solitário e baixinho.
Amargo e mal humorado
É humano!
Sonhar e na lua tropeçar
Também se deve relevar.
Mas grosseria, gritos e arrancos?
Não!
Aquela velha senhora
Só
merecia carinho!
merecia carinho!
Adalto Paceli
Nenhum comentário:
Postar um comentário