sexta-feira, 19 de agosto de 2011

É o bicho!

     Embora não tenha nascido em Minas, pra lá fui aos seis meses de idade e, em casa de um bom "mineiro" sempre tem o quê? Exatamente! Tem cachorro. Muitos têm gatos também, mas cachorro, ah! este não pode faltar. É certo que  não os criávamos com todo o luxo que são criados hoje, mas viviam bastante e penso que eram felizes.
     Hoje não tenho mais um bichinho, moro em apartamento e não me agrada a ideia de conviver com um animal em um espaço tão exíguo, eles precisam de espaço. Tenho planos de morar em uma casa, então, uma das primeiras providências será adotar um cãozinho.
     Causa-me profunda tristeza ver um animal desses abandonado, hoje mesmo, ao fazer minha caminhada vi um, carinha triste e deitado à beira da calçada. Neste momente sinto raiva, desculpem-me o desabafo, mas é a verdade. Sinto raiva do ex-dono desse bichinho. Pode até ser que um ou outro escape do quintal assustado com alguma coisa, com fogos, por exemplo, já aconteceu isto com uma cadelinha que tive e até hoje sinto saudade dela, procurei-a pela cidade inteira e não a encontrei. Porém, a maioria dos cães que vemos perambulando pelas ruas, foi abandonada.
     Adotar um cão, um gato ou um outro animal é coisa séria. Você e eu sabemos disto, não é? Pois eles vivem bastante tempo e não são um objeto, sentem dor, frio, solidão e fome, por isso é uma atitude muito séria. Não dá para de repente dizer " Não quero mais! " Ah, tem uma atitude pior ainda, soltar o bicho porque ele está dando muito trabalho, ou ainda, o mais terrível, porque ficou doente. Sinceramente, dá para  chamar pessoas com este tipo de atitude de seres humanos?
     Agora vou tocar num ponto muito delicado, desculpem-me aqueles que assim se comportam, não falo para os ofender, tenho amigos que assim agem. Você sabe do que estou falando? Vá ao meu condomínio; ao alto do São Bento, aqui em Ribeirão e você vai ver pessoas bem intencionadas com uma sacolinha com ração e uma pet com água. Os bichos se reúnem em torno delas numa alegria só.
     Vendo a cena parece bonita e digna de louvor, mas aí vai minha pitada de ácido, desculpem-me! Penso que tão culpado quanto quem abandona os animais é aquele que os alimenta nos becos e nas praças. Isto parece cruel, não? Deixe-me concluir, não desista da leitura. Depois, se quiser, escreva-me dando sua bronca. Penso assim porque quem abandona e quem alimenta são elos de uma mesma corrente. Um abandona porque tem quem cuida; outro cuida porque tem quem abandona.
     Criticar é fácil, não é? Você me diria. Uma amiga professora ficou profundamente irritada com esta minha tese, mas penso que o caminho para se minimizar esta tragédia do abandono de animais e sua consequente multiplicação pelas ruas passa por algumas atitudes que são necessárias:
     1. Um amplo e gratuito programa de castração e atendimento veterinário liderado pelo poder público, penso em viaturas móveis equipada para este fim.
     2. Severa punição para aqueles que forem pegos abandonando ou maltratando animais.
     3. Um projeto que ensine a cuidar deles e conscientizando para uma adoção responsável, envolvendo, família - mídia - escola.
     Enfim, os cães, gatos e outros bichinhos são nossos grandes companheiros, mas não basta boa vontade, é preciso, antes de tudo, razão e vontade política.

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