terça-feira, 29 de maio de 2012

Pequenos prazeres, grandes resultados



     Estando na escola ouvimos muitos desabafos dos colegas e de toda a equipe escolar, na maioria são reclamações, legítimas muitas vezes e necessárias em outras, pois precisamos de uma válvula de escape, devido à grande pressão a que estamos submetidos.
     No entanto, coisas boas acontecem sempre, mas  na correria, nem sempre dá para registrá-las. Por isso resolvi relatar duas que tive o prazer de desfrutar.
     Há alguns dias solicitaram que eu adiantasse duas aulas na EJA, não gosto muito, pois na maioria das vezes não consigo alcançar um mínimo de resultado. Mas a turma em questão é ótima e como as últimas duas aulas com eles seriam de leitura, tive a ideia de procurar um dos alunos, entregar-lhe os livros e pedir que  organizasse a leitura.
     Enquanto estava com a turma das primeiras aulas fui umas duas vezes à sala onde aquela turma estava. Fiquei impressionado com a dinâmica, liam organizadamente e com interesse. Resultado, fiz a chamada e não voltei mais, tive a impressão de que atrapalharia se ficasse entrando e saindo.
     A segunda foi hoje, eu e a professora Janete de Educação Física levamos os alunos das 8ªs da manhã no Espaço Kaiser, que faz parte da Feira do Livro. Fomos ver duas exposições, aliás, muito bem organizadas. Combinei que os deixaria à vontade e que ficaria por ali com eles enquanto visitavam os espaços, ouviam música e compravam livros e que em determinado horário nos encontraríamos para voltarmos.
     Encontrei-os em grupinhos animados, conversando e rindo muito num clima de descontração e alegria. Conversei com uns e outros, trocamos ideias, vi livros que adquiriram e, organizadamente, retornamos. Não me cansei, não se cansaram, aproveitamos todos.
     Enfim, educação é pista de mão dupla que pode trazer alegria e satisfação.
    Um abraço,
     Professor Adalto.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O grito



Abri a janela do meu quarto
E soltei um grito lancinante.
Um grito que quis por pra fora
Todo silêncio engasgado
Da minha solidão
Os vizinhos acorreram
Sem, porém, nada entender.

O meu grito ficou no ar.
O meu peito arfou e doeu,
Minha garganta sentiu
E minha cabeça rodou.
Naquela fração de segundos,
Nada ao meu redor:
O prédio, o poste, o quintal,
O cão lá embaixo...
Nada se alterou.
Então percebi que ainda mais sozinho
Meu coração ficou.

Adalto Paceli


 

                                      

domingo, 6 de maio de 2012

Oásis ou só deserto?

     Já comentei aqui que gosto dos artigos do Professor Jefferson Cassiano que saem aos domingos no Jornal Tribuna de Ribeirão Preto. O de hoje, Grandes pequenos prazeres, me fez refletir o dia todo. Trata do foco que damos às coisas que nos acontecem  e comenta que é possível escolher entre sobrevalorizar as dificuldades ou, sem deixar de passar por elas e tentar resolvê-las, relativizá-las antevendo sempre um oásis logo à frente.
     O que chamou minha atenção, em especial, é que este oásis não é caro,  depende da nossa sensibilidade para o aproveitarmos. De um deles tenho desfrutado ultimamente, ler um livro, aliás terminei a leitura de "O Físico" ontem, enrolei desde anteontem, não queria despedir-me do Dr. Rob, que já fazia parte do meu dia a dia, mas não teve jeito, tive que dizer-lhe adeus.
     Ainda bem que o cronista colocou, ao final da lista dos pequenos prazeres, "a lista não tem fim", acrescento o prazer de assistir a um bom filme no cinema, neste caso vou dar uma palhinha sobre o que eu assisti ontem, A perseguição, digo pra vocês, meus amigos, que estou reaprendendo a ler e assistir a narrativas. No caso deste filme, o pulo do gato são, os diálogos, os flash backs, os acontecimentos inusitados e pontuais, ou seja, os detalhes são essenciais e não a história em si.
     Gostaria de compartilhar ainda, a estranha e triste sensação que tive, ao me aproximar do final da leitura deste último livro e perceber que o narrador não retomava as personagens que conviveram com o protagonista, reforçando que, tanto na ficção quanto na vida real, morremos pouco a pouco para os outros e para nós mesmos.
     Ah, estava me esquecendo de um outro pequeno prazer, ouvir uma boa música, pois é, tive a grata satisfação de ir com um amigo assistir ao show do sambista Nelson Sargento, acompanhado pelo grupo Etanóis, do qual meu colega Sandro faz parte. Foi de arrepiar ver aquele senhor de 87 anos, que conviveu com o grande Cartola, esbanjar alegria e talento  no palco.
     O  Jefferson tem razão, apesar dos desertos que temos de atravessar, existem os oásis para curtir. E você o que vê? Só areia ou bastante verde e água corrente?

terça-feira, 1 de maio de 2012

A sobrevivente



     Oi, meu nome é Daiane, tenho 26 anos, sou nascida em Ribeirão Preto, a minha história é muito triste. Com um ano, eu fiquei em coma porque me deu um problema de saúde, minha mãe e meu pai sofreram muito porque eles pensaram que eu ira morrer. Mas Deus foi muito bom para mim. Hoje eu estou aqui e muito bem, mas eu fiquei com sequelas.
     Tive uma infância muito ruim, porque todo mundo ficava me zoando e as minhas irmãs não gostavam disso e brigavam com as outras crianças. Aos dez anos de idade eu pensei que meu sofrimento tinha acabado, mas me deu epilepsia e hoje vivo à base de remédios.
     Meu pai ficou muito doente, fiquei triste por causa da doença dele, mas eu tenho fé em Deus que ele vai ser curado.
     Esta é a história da minha vida!



     5ª Série EJA – Cemei Eduardo Romualdo de Souza.

A superação





     Eu sou o Gabriel Aparecido Sampaio Lima, nasci na cidade de Ribeirão Preto, sou o filho caçula de uma família de um irmão, uma irmã, eu e os meus pais.

     Nasci prematuro, com 950 gramas. Na minha primeira infância frequentei fisioterapia e fonoaudiologia, aprendi a falar com 4 anos, sou deficiente auditivo, até hoje ainda tenho dificuldades para ouvir e falar corretamente.

     Entrei na escola com 7 anos de idade no Pré, na escola municipal Eduardo Romualdo de Souza, o Cemei IV, fiquei até a terceira série. Depois fui estudar na E.E. Pedreira de Freitas onde terminei a 4ª série.

     Parei de estudar porque eu era muito grande na sala de aula, eu tinha vergonha. Trabalho com meu pai até hoje.

     Resolvi voltar a estudar para aprender, ter melhor educação. Sou feliz, meu sonho é fazer faculdade e quero ser empresário.



5ª Série – EJA – Cemei Eduardo Romualdo de Souza