sábado, 14 de julho de 2012

MÁGICO MIRANTE




DAQUI, DESTE PONTO AVANÇADO EM QUE ME ENCONTRO,

DESTE MÁGICO MIRANTE,

PERCEBO QUE PELA VIA DO BEM OU PELA VIA DO MAL

JÁ CONSEGUI NA VIDA ALGUMAS AQUISIÇÕES IMPORTANTES.

NO FINAL A GENTE SABE SEMPRE MUITO POUCO,

MAS JÁ ACEITO MINHAS FRUSTRAÇÕES, POR EXEMPLO,

COM A CABEÇA ERGUIDA E COM OS OLHOS LÁ ADIANTE.

JÁ APRENDI QUE NÃO IMPORTA QUÃO BOA SEJA UMA PESSOA

ELA VAI ME FERIR DE VEZ EM QUANDO

E EU PRECISO PERDOÁ-LA POR ISSO, SOB PENA

DE TER MEU CORAÇÃO MERGULHADO NO VENENO DO RANCOR.

APRENDO TODOS OS DIAS QUE FALAR FAZ BEM,

PODE ALIVIAR DORES EMOCIONAIS.

E QUE NÃO IMPORTA O QUE EU TENHO NA VIDA

MAS PARA ONDE ESTOU INDO,

E SE DE REPENTE EU FICO SEM SABER PRA ONDE ESTOU INDO...

QUALQUER LUGAR SERVE!

E DESCUBRO QUE SÓ PORQUE ALGUÉM NÃO ME AMA

DO JEITO QUE EU QUERO QUE ME AMEM,

NÃO SIGNIFICA QUE ESSE ALGUÉM

NÃO ME AME COM TUDO QUE PODE.

PORQUE EXISTEM PESSOAS QUE NOS AMAM

MAS SIMPLESMENTE NÃO SABEM COMO DEMONSTRAR.

APRENDO QUE NEM SEMPRE É SUFICIENTE

SER PERDOADO POR ALGUÉM.

MUITAS VEZES EU TENHO QUE APRENDER

A PERDOAR A MIM MESMO.

E NÃO IMPORTA EM QUANTOS PEDAÇOS

MEU CORAÇÃO FOI PARTIDO:

O MUNDO NÃO PÁRA PARA QUE EU O CONSERTE.

O TEMPO NÃO É ALGO QUE POSSA “VOLTAR ATRÁS”.

APRENDO QUE A VIDA, SEM AMOR-POR-MIM-MESMO,

NÃO VALE A PENA. NÃO VALE A PENA.

ASSIM, EU MESMO PLANTO O MEU JARDIM

E DECORO A MINHA ALMA,

AO INVÉS DE ESPERAR QUE ALGUÉM ME TRAGA FLORES.





Cleise Mendes


sexta-feira, 6 de julho de 2012

Quem casa, quer casa

                        
      Celso estava certo sobre Raquel, o grande amor da sua vida, pois sua mãe aquela pessoa que, com o início do seu casamento parecia ser tão boa e amável, agora, com o passar do tempo começou a mostrar do que era capaz.
      Sua esposa, com o passar de alguns meses começou a se entristecer, sem dizer nada sobre o motivo de seu sofrimento. Celso, sem dizer nada à sua esposa, começou a observá-la com mais freqüência e prestava mais atenção às atitudes de sua mãe.
      E aconteceu que, ao chegar mais cedo do trabalho, deparou-se com sua mãe e algumas vizinhas em frente ao portão de sua  casa,  proferindo palavras maldosas referentes ao grande amor de sua vida.
      Sem dizer nada e sem fazer barulho, ficou ali parado, escondido atrás de um arbusto, ouvindo aquelas palavras que muito feriam o seu coração, mas não se deixou abater.
     Prestando bastante atenção, pôde perceber que sua mãe falava tudo aquilo por ciúmes dele, por ser seu único filho, que agora lhe deixou para viver com uma outra mulher, até o fim de sua vida.
     Nada comentou para não magoar seus dois amores, no outro dia alugou uma casa e foi morar bem distante de sua mãe, pois assim diz o velho ditado: quem casa, quer casa!

Roque Donizeti Alves n°35 - E.J.A

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O vazio

Sim, a vida enfeito
feito criança que brinca
porque a noite é escura e longa
e meu caminhar tem se tornado lento.



Estando comigo sinto-me só,
o pó da estrada está no meu rosto,
um gosto de poeira  não sai da minha garganta.
A saudade é tanta que olho e nada vejo,
mas sinto seus passos atrás de mim,
mesmo em meio ao barulho da multidão.



Sua ausência trouxe nitidamente
o meu cansaço acumulado,
o sentido exato de minha idade
camuflada nas ilusões do dia.



Nunca pensei que sua partida,
tão anunciada e por vezes até admitida,
trouxesse esse peso que me prende  ao chão
tirando de mim, por vezes, o sentido, a razão.



Hoje, nostalgia de algo que há tempos não existia,
Já não havia alegria nos seus últimos dias,
mas eu ainda  lhe sentia e o sol batia em seu rosto
quando você deixava que eu abrisse sua janela.



Sigo, pois tenho que seguir,
junto o que não espalhei.
Já não sonho, tenho um sono cansado,
quero despertar-me e as forças não vêm.



Passa, porém, ínfima réstia de luz
que tremula no seu distante sorriso
e fixo candidamente seus negros olhos
que dizem 'Há algo além, descanse, durma bem!'

Adalto Paceli