O poema postado logo abaixo é de Juó Bananère, por mim desconhecido até ontem, foi sugerido por uma colega, pois estávamos conversando sobre poesia e eu havia dito que um dos meus poemas preferidos é Nel mezzo del camin de Olavo Bilac. Então ela sugeriu-me o poema-paródia Amore co amore si paga, li e gostei e sabem de quem me lembrei? Do Adoniran Barbosa e daquela mistura de português com italiano. Aproveitei e li outros desse poeta no google. Fica aí uma sugestão divertida e interessante.
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Li on line, por sugestão da colega Luciana Porfírio, o livro Ditadura Militar e Democracia no Brasil: História, Imagem e Testemunho, organizado por Maria Paula Araújo, Isabel Pimentel da Silva e Desirree dos Reis Santos, um livro curto, com imagens e uma leitura que flui. Gostei porque trata do tema sem paixões e termos complicados, de maneira didática. Agora, alguns depoimentos de perseguidos, exilados e torturados são comoventes. Causou-me espécie este, em particular: "O Estado está agora diante de mim, se curvando e me tratando desse jeito, que coisa linda" No final, o Paulo Abrão (atual Presidente da Comissão de Anistia), de pé leu a sentença, (...) foi quando ele disse que o Estado Brasileiro me pedia perdão, foi quando eu desabei, eu me senti muito recompensada, foi uma coisa muito bonita, mesmo que a gente saiba que, claro, não apagou as coisas do passado, mas você sente que finalmente a cidadania chegou nesse país. ( ...) Foi um momento muito lindo de minha trajetória." (Dulce Pandolfi). Mexeu com você também? Caso se interesse mais pelo assunto, leia o livro.
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Peguei-me pensando sobre nossas dores, em especial aquelas que só quem sente pode avaliar: a perda, o esquecimento, o abandono, a indiferença, a solidão solitária e tantas outras. Não sei por que, mas veio a minha mente a história de Santa Rita de Cássia, mamãe só contava sobre o pedido que a santa fez em oração de ter um dos espinhos da coroa de Cristo para experimentar a dor que Jesus sentiu. Foi atendida, temos que tomar muito cuidado ao pedirmos algo, pode ser que recebamos.Daí surgiu a ideia de escrever o poema Espinho que você pode ler numa das postagens abaixo. Boa leitura!
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Há pouco tempo transcrevi e postei neste blog um poema da escritora cabo-verdiana Vera Duarte e, ganhei por estes dias um livro do escritor moçambicano Mia Couto, não o conhecia e estou muito interessado na leitura. Esse autor bebe em Guimarães Rosa, do qual é admirador, e lança mão de muitos neologismos e expressões poéticas e impactantes, por exemplo, fugir é morrer de um lugar, aborda a questão da bombas terrestres abandonadas e não desativadas depois das inúmeras revoluções e da luta pela independência de Portugal.
Por falar em África, não posso deixar de mencionar Mandela. Que pessoa maravilhosa! Que coisa linda e emocionante o povo dançando nas ruas em sua homenagem! Um homem que ficou preso injustamente por 27 anos, sofrendo preconceito racial, sair da prisão e, sem ódio, construir a África do Sul de hoje, sem Aparthaid, esse é um líder que ombreia com Gandhi. Tivemos nossos heróis da Ditadura de 64, mas mancharam sua biografia, que pena! Papai dizia Comece e termine bem! Não nos cabe julgar e condenar e sim, esperar que a justiça se faça, sem as perseguições da nossa mídia vendida.
Divaguei, voltando, vale a pena ler Mia Couto.