Gurnei trabalhou 25 dos seus 47 anos como detetive e fez carreira brilhante desvendando terríveis casos de assassinatos, inclusive de crimes em séries. Madeleine, sua esposa, esperava que agora aposentado ele prestasse mais atenção nela e numa tentativa de dar novos ares ao relacionamento o convence a se mudarem para uma pequena fazenda. Mas nosso protagonista tem sua mente voltada para sua antiga profissão e isso se acentua quando recebe um telefonema e uma visita de um antigo colega de faculdade, Mark, o qual não via desde que se formara...
De tudo que esse ex-colega lhe conta, o que mais intriga é uma carta que recebeu dentre outras com poemas ameaçadores, na qual pedia que ele pensasse em um número e, em seguida abrisse um envelope menor. Para espanto de todos e, inclusive nosso, o número ali escrito era o mesmo que Mark tinha pensado. Assim, pouco a pouco nosso protagonista Gurnei, misturando seus traumas pessoais e seu casamento em crise vai entrando nesse novo e instigante mistério.
Com 339 páginas e muito bem escrito por John Verdon, que além de personagens bem construídos cria um narrador inteligente, bem humorado, com descrições, cometários e exemplos bem dosados e interessantes. Destaco uma cena da página 171, em que Gurnei dialoga com seu colega detetive Hardwick. Esse último apresenta argumentos na tentativa de elucidar um crime, mas nosso herói, já estou incluindo você na história, contra-argumenta com mais propriedade. Nesse momento o narrador diz " Hardwick demonstra uma frustração semelhante a alguém tentando segurar as compras dentro de uma sacola rasgada", há outras cenas com espirituosas intervenções do narrador.
Então, se você estiver a fim de ler um livro ao estilo Sherlock Holmes, com uma trama, personagens e narrador bem construídos que lhe prende a atenção porque você quer saber onde a história vai dar, sugiro "Eu sei o que você está pensando".
Adalto Paceli de Oliveira