sábado, 11 de junho de 2016

Depois do vinho




 Baco,




Não sei onde estou
Onde fico ou aonde vou!
Se  ao Tártaro
Ou na Terra fico,
No espaço talvez ...



Mas onde encontrar quem fui?
Cadê Mariliz, aquela que tem porte de atriz
Quase minha amiga
E que agora se foi
Por caminhos que não sei.




Sei que triste ando,
 Por onde andam
Rodrigo e Fernando?
  Coração aberto, riso largo.
Sei que contemplando a vida
 Não consigo atinar
 com o que há de vir 
nesses meus cinquenta e quatro.


Oh, juventude que atravessa meus caminhos
Feito canteiros de flores e espinhos.
Por onde anda Mariliz?
Sim, a que tem porte de atriz
Que tocava piano e que parece ser feliz.
Sim, aquela que quando ao sol seu cabelo lembra mel
E que agora busca novos caminhos.

Fico aqui nesse plano, morrendo de frio nesse apartamento,
Sinceridade? Tem vezes que não aguento
Vem- me a vontade de colocar a cara na janela
E gritar aos sete ventos: 
Oh, mamãe, cadê você?
Ô maninha, cadê você?
Por que foram tão cedo?

Não quiseram esperar um café?
Que pena,  o que pensava defeito deixou saudade.
Voltem! Eu sei, ele não deixa!
Esse inimigo-amigo tempo
Que nos separa de quem amamos
E que nos ajuda a esquecer e continuar vivendo.

Restam ainda o ar, o sol, os pensamentos,
a música, meus livros, meus filhos,
os amigos sem “meus”.

Ah, e Meu Bem,
Ainda bem, por que senão,
Como continuar vivendo?

Adalto Paceli



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