sábado, 14 de janeiro de 2017


Resultado de imagem para capa do livro O melhor do romance. contos e crônicas de nelson rodrigues

Nelson Rodrigues
Assisti a algumas adaptações para a tevê da obra de Nelson Rodrigues, por exemplo, Engraçadinha, na tevê, e A dama do lotação, no cinema; mas não havia lido esse aclamado escritor. Tive essa oportunidade com um livro que faz um apanhado de algumas de suas histórias, publicado há muitos anos pela Folha de São Paulo, pude assim conhecer um pouco mais sobre ele, por exemplo, que era um apaixonado pelo futebol. Dos episódios que li, chamou-me a atenção o conto A coroa de orquídeas, a propósito, a infidelidade conjugal, me parece ser o eixo de sua obra. Aprecio autores que nos mostram a realidade crua da vida, mas com originalidade e criatividade, coisa que Eça de Queirós também o fez com maestria.
Voltando ao A coroa de orquídeas e atendo-me a ele para que você, colega leitor(a) não se veja dispensado(a) de lê-lo, à guisa de isca, comento que, embora seja uma situação triste, um velório, acabamos nos surpreendendo, rindo e refletindo com o desenlace da narrativa, é ler para crer.
Adalto Paceli

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Os Maias


Resultado de imagem para capa do livro os maias de eça de queirós

Embora a República Portuguesa  só tenha sido proclamada em 1910, na segunda metade do século XIX, 1850 a 1900, a elite já sonhava com ela, muitos consideravam que esse novo sistema resolveria os problemas que julgavam serem consequência de uma monarquia obsoleta. Você vai perceber isso ao ler Os Maias, romance realista de Eça de Queirós. Esse é apenas um dos muitos aspectos da sociedade portuguesa abordado por esse artista das palavras. A sensação, por vezes, é de estarmos em plena Lisboa, tal é a maestria do autor ao nos revelar, por exemplo, a vida ociosa das famílias abastadas de um Portugal inexpressivo no cenário europeu da época, a fortuna dessas famílias vem da riqueza acumulada durante a exploração das colônias, em especial, o Brasil, mas ainda se cita Angola, pois muitas das colônias só foram libertadas já na segunda metade do século XX.
Porém, esse é o pano de fundo, pois o que se sobressai nesse romance é a composição ou decomposição do caráter de alguns personagens, do protagonista Carlos da Maia e de  seu amigo João da Ega, dentre outros. A infidelidade conjugal, a pusilanimidade, a indolência, a fofoca são algumas das feridas que são expostas por Eça crua e duramente.
Então você, colega leitor, talvez esteja pensando que se trata de um romance histórico, com muitas características extremamente parecidas com a da sociedade brasileira de hoje e você está certo, mas não estaria se concluísse que ler as 582 páginas seja algo cansativo, pois a leitura flui, a gente fica envolvido pelo enredo, pela forma artística criada pelo romancista para contar essa história, em resumo,  não se quer interromper a leitura e, por vezes, fica-se boquiaberto e  surpreso com alguns desenlaces, um em especial que percebi por alto, num momento da leitura, mas não quis acreditar...
Bom, quer saber mais? Ah, você já assistiu à minissérie televisiva e pensa que isso substitui a leitura? Engano seu, o livro tem  outra linguagem, a literária, e é imensamente superior.



Adalto Paceli