sábado, 22 de abril de 2017

Perdi a esperança como uma carteira vazia...

Perdi a esperança como uma carteira vazia...
Troçou de mim o Destino; fiz figas para o outro lado,
E a revolta bem podia ser bordada a missanga por minha avó
E ser relíquia da sala da casa velha que não tenho.
(Jantávamos cedo, num outrora que já me parece de outra incarnação,
E depois tomava-se chá nas noites sossegadas que não voltam.
Minha infância, meu passado sem adolescência, passaram ,
Fiquei triste, como se a verdade me tivesse sido dita,
Mas nunca mais pude sentir verdade nenhuma excepto sentir o passado)

Fernando Pessoa por Álvaro de Campos

sábado, 15 de abril de 2017

Dica para a escrita de redação do tipo narrativa, ou seja, aquela que conta uma história, que pode ser totalmente fictícia, baseada em fatos reais ou que conte uma história que realmente aconteceu.
Ao planejar seu texto, o que você decidiu quanto às personagens? E sobre o(a) narrador(a)?
Sim, é importante pensar nestes dois componentes essenciais de uma história.
Sua trama terá muitos ou poucos personagens? Você dará nome a eles? Seus personagens conversarão, ou seja, haverá diálogos? Muitas ou poucas falas? Cuidado para não exagerar ou criar diálogos dispensáveis ou superficiais demais.
Vai ter um narrador ou uma narradora? Caso afirmativo, esse alguém que irá contar a história não deve ser confundido com você, o escritor, pois ele(a) é uma criação sua, assim como as personagens.
Esse(a) narrador(a) pode ser de dois tipos e a este assunto chamamos de Foco Narrativo. Veja:
Pode ser alguém que além de contar, também participa da história como personagem, chamado de narrador-personagem.
E o outro tipo é aquele narrador que só conta a história, sem participar como personagem, sabe tudo sobre as personagens, antecipa acontecimentos e está em todos os lugares, a esse tipo de narrador(a) damos o nome de narrador-observador.
Enfim, não precisa fazer um super planejamento antes de escrever uma história, mas os aspectos acima darão, sem dúvida, qualidade a sua redação e para encerrar, improvisarei um começo de redação com os dois tipos de narrador.
"André não conseguia tirar Aline da cabeça, desde que a conhecera naquela festa, todos os dias ia até aquela casa na esperança de reencontrar a garota..." ( Narrador-observador )
"Eu não conseguia tirar Aline da cabeça, desde que a conheci naquela festa, todos os dia ia até aquela casa na esperança de reencontrá-la." ( Narrador-personagem )
É isso!
Até quando
Suportarei a solidão?
Penso-me forte,
Olho pros lados... Ninguém...
No rádio Raul Seixas,
Em inglês.
Parece que consola,
Mas quero
Toque, voz,
Aconchego e proteção.
Lágrimas,
Filme repetido,
Música na memória...
Só penso em Piaf.
Quero também dizer
Não me arrependo de nada
Que nada. Não quero Edith,
Não quero música no rádio,
Nem Internet, nem Face...
Quero um amor... Um amorzinho...
Tento me construir. Altos papos,
Sorriso largo, estrutura emocional,
Etecétera e tal...
Mas quá! As ameaças de amor
Não se concretizam.
O erro é meu? Fico a pensar...
Fui afoito? Devia mais esperar?
Ah! Esse amor não vem,
Estou assim... Assim...
Sem ninguém.
Onde andará este bem?
Adalto Paceli.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Convite
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Resenha do livro ''A marca de uma lágrima''
Amor e ódio. Essas são as duas palavras que melhor definem o que senti ao ler o Livro ‘’A marca de uma lágrima’’. Mas até acho que elas combinam com o mesmo, pois são intensas como ele.
Pedro Bandeira é sensacional, nisso não há dúvidas. Mas acho que nessa obra, ao tentar representar como os adolescentes se sentem diante de certas situações da vida, ele exagerou um pouco na dose e criou personagens que, ao meu olhar não são tão encantadores quando olhados bem de perto. Isabel, uma garota bonita e inteligente, que ama escrever e que encanta a todos. Cristiano, um menino extremamente bonito, legal, que finge ser inteligente, mas na verdade nem é tão bom assim; é o grande amor de Isabel, do qual ela abre mão e entrega de bandeja para a melhor amiga, Rosana. Uma menina que pelo o que o livro diz, não passa de beleza exterior, não é inteligente, não é interessante e assim vai. E por fim, dentre as principais personagens, também temos o Fernando, um rapaz, bonito, inteligente, agradável e que faz de tudo para ver Isabel feliz. Fora estes ao longo da história alguns professores de Isabel e funcionários da escola onde ela estuda também tomam uma grande importância dentro da história, e também temos a presença dos pais de Isabel, que não dão a mínima para a filha.
Vou ser bem sincera, a única personagem que eu realmente gostei foi do Fernando, ele é mais como as pessoas que eu conheço, como os jovens, como eu. Isabel, que é a principal da história, não me conquistou de jeito nenhum. Ao ler o livro, eu ficava imaginando se aquela menina existisse de verdade e fosse alguém da minha turma ou do meu convívio. Se fosse, acho que toda a vez que ela ousasse começar a falar, eu inventaria alguma desculpa para não ficar perto. Sempre reclamando de tudo, levando tudo ao extremo, agindo como se fosse uma adulta e se sentindo superior. O insucesso de um amor, já era motivo para ela achar que sua vida havia acabada. Peguei-me mais de uma vez, sentindo vontade de invadir os pensamentos daquela personagem e lhe dizer que havia muita coisa além do garoto bonitinha da escola, o que uma menina tão madura como ela já deveria saber. As suas lamentações e autocríticas ao longo de todo o livro tornam a leitura cansativa.
Mas entre tantas críticas, também não posso deixar de dizer que grande parte da obra é muito boa. O interessante é que, não é um livro tão simples de ser lido; exige atenção e dedicação do leitor; faz com que quem está lendo faça várias suposições do que virá a acontecer e estimula um lado detetive no leitor. O livro é conduzido muito bem até o final, com frases bonitas, trazendo palavras não tão comuns nos livros infanto-juvenis, recheando assim, o nosso vocabulário de novas palavras. E ainda aborda temas como a bulimia, anorexia e mostra a importância que os pais têm na vida dos filhos e como a ausência deles é ruim.
Mas apesar das críticas, eu recomendo que quem se interessar pelo livro, que leia, pois para cada um ele vai ter um significado diferente. Não é um tipo de livro que me agrada, por ser muito melancólico, mas não deixa de ser uma bela obra.
- Amanda Morais/ 8°A - 2013
As preposições, assim como os advérbios são palavras ou expressões invariáveis, ou seja, não há masculino, feminino, singular ou plural, são escritas sempre da mesma forma.
Muitos fazem confusão com casos, como no seguinte exemplo:
Ontem fui AO clube ( consideram AO como preposição, porém aqui temos uma contração da preposição A + o artigo O). Para distinguir essa contração quando temos um adjunto adverbial de lugar no feminino, aí entra o sinal grave ou comumente chamado de crase (`), veja: Ontem fui À praia = ( Preposição A+A artigo = À ).
É isso.
Adalto Paceli

terça-feira, 11 de abril de 2017

Quando nos referimos às classes de palavras ou classes gramaticais estamos falando dos substantivos, adjetivos, verbos, pronomes, advérbios, artigos, numerais, das conjunções, interjeições e preposições. É importante saber nomeá-las? Sim, não é imprescindível, mas facilita estudos futuros que dependem desse conhecimento.
Por que não é bom estudarmos essas palavras isoladamente, fora de um contexto? Porque uma mesma palavra pode pertencer a mais de uma classe de palavras, variará conforme o seu uso.
Veja este exemplo com a palavra A:
1. Encontre A menina chorando. ( artigo definido )
2. Fui A São Paulo ontem. ( preposição )
3. _ Você tem visto aquela menina?
_ Sim, ontem eu A vi no shopping. ( pronome )
É isso!
Adalto Paceli

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Viver a vida

Deixei-te, poesia.
Ando prático,
Pago contas,
Faço cálculos.

Leio textos científicos,
Classificados de jornal.
Faço palavras cruzadas
E discuto futebol.

Preciso estar atento
Ao preço do etanol,
Conferir extratos do banco,
Agora sou um cara normal.

Compro roupas no shopping,
Vejo a novela das nove.
Leio as embalagens dos alimentos,
Acho melhor comida natural.

Não sei...

Parece que você, poesia,
Aliena, fico meio boboca,
Por demais, sentimental.

Rimas versos palavras.
O que são? Letras, saudade,
Tremenda solidão.
Preciso viver a vida,
Ficar pensando nela não.

Pensar e refletir é difícil!

Quero só os compromissos
Que me deixam ir vivendo,
Assim nem vou vendo
O tempo que vai passando.

Adalto Paceli

domingo, 9 de abril de 2017

"Tenho amigos para saber quem eu sou,
pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."


Fernando Pessoa

sábado, 8 de abril de 2017

Linguagem coloquial e culta na escrita: Quando escrevemos de uma forma próxima ao jeito que falamos temos a linguagem coloquial. Está errado? Claro que não! No entanto, nas avaliações de redações pede-se que se aproxime o máximo possível da língua culta, em especial as do tipo dissertativo-argumentativas. Vou tentar dar um exemplo prático, improvisando um trecho, ok?
Alguém apaixonado, pensando na pessoa amada diz para si:
"Que vontade de ter ela nos meus braços agora!"
O que você acha, usei uma linguagem coloquial ou culta?
Caso tenha respondido que usei a linguagem coloquial, acertou.
Vamos analisar: ao usar o verbo TER no infinitivo e o pronome ELA no caso reto, optei pelo jeito que a gente fala no dia a dia, concorda?
Vejamos como ficaria na norma culta:
"Que vontade de tê-la em meus braços agora!" Percebeu?
O verbo TER ficou sem o R e acentuei, pois é monossílabo tônico terminado em E, usei o hífen (-) e substituí o pronome ELA pelo pronome LA, que é oblíquo.
É isso!

Adalto Paceli

segunda-feira, 3 de abril de 2017



Dica para interpretar uma reportagem: A reportagem é um gênero que pertence ao texto informativo. Tem como base um tema ou assunto e, além de apresentar esse tema, acrescenta nos parágrafos seguintes percentuais de pesquisa com a respectiva conclusão; fala de especialistas na área e pretende manter certa imparcialidade do repórter ou jornalista responsável pela reportagem, mas a escolha deste ou daquele especialista, a ênfase em determinados resultados de pesquisa em detrimento de outros, revelam, com perspicácia, a posição do órgão informativo.
Isso posto, vamos tentar dar algumas dicas para uma boa interpretação de uma reportagem, pois em muitos tipos de avaliação, a exemplo de concursos, Enem, vestibular, dentre outros, tem aparecido a reportagem a ser lida e servir de base para uma série de questões.
O primeiro passo é ler atentamente o texto em questão e só partir para as perguntas depois de tê-lo entendido minimamente. Fez uma primeira leitura e ficou na dúvida? Leia de novo.
Grande parte das questões de interpretação de uma reportagem segue a linha da competência e habilidade, a saber:
. As informações estão explícitas no texto. Veja: Perguntam sobre a afirmação de um especialista e oferecem quatro ou cinco alternativas para você assinalar ( ABCDE ). Como proceder para localizar isso na reportagem? Localizar o parágrafo em que há a fala, que vem normalmente entre aspas e ler um pouco acima e um pouco abaixo dela. A informação está lá, é só localizá-la.
. As informações estão implícitas. Nesse caso, você terá que deduzir, ou seja, ver nas entrelinhas. Exemplo: Divulgam um índice alto de rejeição a um determinado assunto polêmico e perguntam se as pessoas concordam ou discordam, aí você deduz. Claro que esse é um exemplo simplista, é só pra você ter uma ideia.
Enfim, a interpretação de um texto-reportagem que, além de ser informativo, pode ter uma certa dose de dissertação, requer de você olhos e mente bem atentos para uma leitura autônoma, sem se deixar levar pelas informações aparentes e um bom conhecimento de mundo, por isso, mantenha-se sempre bem informado.
É isso!