segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A vida é amável!
Dizia minha tia,
irmã de minha vó.
Mamãe isso repetia
como um mantra.
Eu achava lindo,
ficava reflexivo,
aos poucos acreditava,
nessa verdade que em mim se incorporava.
Aprendi aos poucos da vida gostar.
Apreciar as flores, as árvores, a água de um regato correndo.
Agora tento,
é difícil, já vou adiantar,
um palavrão de poucas letras evitar.
Essa palavrinha-palavrão é uma desmancha prazer,
pode “crê”!
Pensando bem, vou trocá-la por um
e.
Já maduro, só aumenta em mim
a vontade de viver,
sabe por quê?
Ora, porque a vida é amável,
ninguém quer, de verdade, morrer!
Sabe quando o sol queima a pele da gente
e um não sei quê vem de dentro.
Arrepia e sem querer, a gente sente
uma coisa doida?
Isso é vontade de viver!
Então se cantarola, ri, dá uns passinhos de dança
no meio da rua.
E se vier uma fina chuva?
Hum... Viver é bom à beça.
Tá comichando, aquele palavrão quer sair.
Não! Nesse poema só vale o
e!
Os amigos, o sorriso deles?
O abraço apertado?
No olhar, a cumplicidade,
história de amor longínqua,
chamada, por convenção,
de amizade.
O gargalhar de um amigo é como
águas de uma cachoeira a descer,
respinga na gente, refresca a alma,
faz nossa força renascer.
A vida é amável,
dizia minha tia,
Irmã de minha vó.
Viu, consegui,
só falei de coisas boas.
E só falei o “palavrãozinho”
e.
O outro de lado deixei.
Pensando bem, vou usá-lo,
só vou acrescentar um
i.
O que eu quero é viver
mais
e
mais!
Adalto Paceli

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