quarta-feira, 22 de julho de 2020

Laurice





Sim, ela era engraçada,
Tinha um jeito de falar
Umas tolices... mas era só pra gente rir
Talvez querendo dizer “estou aqui”.

E aquela mania de colocar comida no prato da gente?
Uma vez arrumou um namorado,
E ele foi lá em casa jantar,
Quando estava quase terminando,
Ela vinha com a concha ou com a escumadeira
E antes de qualquer reação do coitado,
Seu prato estava de novo lotado.
Não sei por que, mas nunca mais vi o tal namorado...

Ah, essa minha irmã...

E quando vestia ou usava um adereço diferente?
A gente olhava meio de lado, coisa de mineiro,
E ela, marota, já saía com essa:
“Última moda em Paris!”.

Era Laurinda, Laura... Pra mim, sempre Laurice.



Hoje vendo dessa distância chamada passado
Sinto que na verdade queria dar leveza
À sua... à nossa rotineira vida.

Mas, nesse poema não cabem tristezas,
Somente boas lembranças
 Por ela deixadas.

Sim, aquela que com a mãe ficou
Até anoitecer
E passados poucos anos
Foi com ela continuar a viver...

Assim se deu, pena que demoramos tanto
 Para começarmos a entender ...

Sim, gostaria muito, se pudesse ainda,
Passar da casa dela
Pruma prosa... um café.
E dizer “e aí, mana?!”

E ela de repente vir, sem eu perceber
E encher de novo minha xícara
Dizendo “só mais um pouquinho!”
Eu? Eu tomaria!

Adalto Paceli.

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