domingo, 19 de agosto de 2012

Rela – relaxo – relaxado


 


Este lugar tranqüilo,
Com você a conversar,
Já foi movimentado.
Vinha aqui pra namorar.

No alto daquele sobrado
Tinha um auto-falante.
Aqui, não se espante,
Não tinha lugar pra sentar.

É que naqueles tempos
Não havia tantos points,
Ou ficava em casa
Ou ia à praça passear.

Porém, se você pensar
Que tudo era tão simples,
Sem engenho de arte,
Pode se enganar.

Aqui, nesta praça,
Bem onde estamos sentados,

Ficavam os casais

Bem comportados.

Descendo aquelas escadas,
Fora desta parte central,
Os carinhos eram ousados.
Etecétera e tal...

O bicho pegava
Na divisa com a rua.
Os homens ficavam em pé,
As mulheres desfilavam.

Uns diziam gracejos,
Nos pontos mais escuros.
Outros iam com a mão,
Arriscando um beliscão.

Lembro que mamãe me contou
Num jeito muito engraçado
“No meu tempo era parecido,
com um pouco mais de recato.

Aqui, chamavam rela,
Lá embaixo, relaxo,
Perto da rua, o relaxado.”

Eu, ingênuo, pensava
Que nos tempos antigos
Eram todos comportados.”

Adalto Paceli




domingo, 12 de agosto de 2012

Resposta ao tempo



Batida na porta da frente é o tempo,

eu bebo um pouquinho pra ter argumento.

Mas fico sem jeito, calado, ele ri,

Ele zomba do quanto eu chorei,

Porque sabe passar e eu não sei.

Num dia azul de verão sinto o vento,

Há folhas no meu coração é o tempo.

Recordo o amor que perdi, ele ri.

Diz que somos iguais, se eu notei.

Pois não sabe ficar e eu também não sei.


E gira em volta de mim,

sussurra que apaga os caminhos.

Que amores terminam no escuro, sozinhos.

Respondo que ele aprisiona , eu liberto.

Que ele adormece as paixões, eu desperto.

E o tempo se rói com inveja de mim,

Me vigia querendo aprender

como eu morro de amor pra tentar reviver.

No fundo é uma eterna criança

que não soube amadurecer.

Eu posso e ele não vai poder me esquecer.




Cristóvão Bastos e Aldir Blanc

sábado, 4 de agosto de 2012

A arte de escrever!



Ler e escrever, 
não é apenas 
saber, mas 
se você quiser... 
Pode virar uma arte,
A arte de escrever.

Essa arte pode ser legal,
pode ser sensacional,
pode ser imaginativa
e aumenta o intelectual.


 

Pode ser bom,
pois você cria,
o mundo de novo,
do jeito que você quiser
e pode também...
dar asas para sua imaginação
se soltar e voar...

 

Arte está em todo lugar
pode ser escrita, oral,
desenhada ou grafitada,
mas, sendo arte...
é legal...

Ler e escrever é
a arte do intelectual
e todo mundo pode ser,
mas precisa primeiro saber...
 Ler e escrever!

Luís Fernando - 8ª Série

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Tristesse e Modinha


Tristesse



È triste il mio cuor senza di te

Che sei lontana e piu no pensi A me,

Dimmi perché

Fai soffrir quest’anima Che t’ama

E ti vuole vicin



Sei tu la vision Che ogni será

Sognar fa il cuor Che nell’amore Spera,

Ma è un’illusion

Più da me non tornerai

Forse un’altro bacerai

Mentre triste vola la canzon



Che canto a te

Solamente a te

Dolce sogno d’or

Questo vuole il cuor

Triste senz’amor.



Letra de música interpretada por José Carreras com melodia de Chopin







Modinha



Tuas palavras antigas

Deixei-as todas, deixei-as,

Junto das minhas cantigas,

Desenhadas nas areias.



Tantos sóis e tantas luas

Brilharam sobre essas linhas,

Das cantigas – que eram tuas -

Das palavras que eram minhas!



O mar, de língua sonora,

Sabe o presente e o passado.

Canta o que é meu, vai-se embora:

Que o resto é pouco e apagado.



Cecília Meireles