sábado, 21 de setembro de 2013

Ai se um dia...

Ai se  em Outubro chovesse
a terra molhasse
o milho crescesse
e a fome acabasse

Ai se o milho crescesse
a fome acabasse
o homem sorrisse
e a terra molhasse

Ai se o homem sorrisse
a terra molhasse
a fome acabasse
e a chuva caísse

Ai se um dia...

Acordemos camaradas
As chuvas de Outubro não existem!
O que existe
É o suor cansado
Dos homens que querem

O que existe
É a busca constante
Do pão que abundante virá

Homens mulheres crianças
Na pátria livre libertada
Plantando mil milharais
Serão a chuva caindo
na nossa terra explorada



Vera Duarte in Amanhã amadrugada.

Contando e cantando o samba paulista

Eu, Marinete, tenho 45 anos , sou aluna do Ensino Noturno de Jovens e Adultos (EJA), venho por meio deste demonstrar um pouquinho da minha felicidade ao participar de uma palestra musical. Fiquei admirada ao conhecer um pouco das origens do Samba Paulista.
Muitas vezes, a gente escuta uma música e acha bonita, mas não entende o significado dela. Lá no Sesc pude entender sobre o samba, músicas e também da vida das personagens, dentre eles, Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini, e muitos outros.
O palestrante e cantor Sandro Cunha dos Santos contando e cantando o samba paulista fez com que eu viajasse no tempo e, ao mesmo tempo, parecia que eu fazia parte daquele passado. Quando pequena, meus pais colocavam disco de vinil na sonata que tínhamos e algumas das músicas que eu ouvia eram Saudosa maloca, Trem das onze e Ronda.
Ouvindo o professor Sandro contando e cantando, lembrei-me das marchinhas de carnaval que eram muito boas, me trouxe muitas lembranças boas. Deveríamos resgatar as marchinhas. Hoje, muitas das músicas que os cantores compõem são depravadas, sem significado algum.
Deixo meu muito obrigada por estas explicações detalhadas que o Sr. Sandro e sua equipe musical e técnica nos passaram. Que Deus continue abençoando a todos.

domingo, 15 de setembro de 2013

Solidariedade

Fumaça no capô,
senhora descendo assustada,
jovem motorista com extintor,
fogo e fumaça visíveis.

Desespero!

Carros parando.
Socorro chegando?

Não!
Postagens no Face.

Poeta acudindo?
Não!
Escrevendo um poema.

Adalto Paceli

domingo, 1 de setembro de 2013

Flores para o delegado - Metrô dos Tucanos - As confissões de Shimidt


Apesar da intensidade da violência trazida pela tevê, em particular, os telejornais, dá para garimpar lirismo, poesia que, às vezes, nos leva às lagrimas. Uma idosa vive com dois filhos com problemas mentais. É encontrada em meio à sujeira, sem comida e, ao ser entrevistada, diz que passa dias apenas tomando água. Conduzida a um abrigo provisório, tem outros dois filhos que a abandonaram, embora tenham condições de ampará-la, aguarda as providências legais para o que desejamos, um final feliz. A cena que me encanta é vê-la, já bem cuidada, ir à delegacia e entregar um buquê de flores ao distinto delegado Luiz Fernando Dias.
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Demorou para aparecer na mídia e quando surgiu foi de forma acanhada, em especial, num jornal de grande circulação no estado de São Paulo e no Brasil. Houve, inclusive, cartas de assinantes reclamando desta posição covarde e oportunista. Estamos nos referindo ao escândalo das supostas licitações cartelizadas do metrô da cidade de São Paulo que teriam se iniciado nos dois anos iniciais do mandato do falecido Mário Covas , se estendido nos dois finais do seu vice, o sr. Geraldo Alckimin e no mandato do sr. José Serra, não se sabe até quando mais. Hoje você abre os jornais ou liga nos noticiários da tevê e nem uma vírgula sobre isto. O que teria acontecido? Provou-se rapidamente que tudo não passava de intriga da oposição ou a quase totalidade da grande mídia é tucana? Quando do mensalão, a imprensa massacrou, todo dia esse assunto era manchete, uma tevê transmitiu ao vivo todo o julgamento. Exageraram na dose, mas antes assim. Por que no caso das licitações do metrô da cidade de São Paulo não houve e não está havendo o mesmo estardalhaço? Fala-se que o prejuízo aos cofres públicos desse escândalo é, no mínimo, três vezes maior que o caso do mensalão. Onde estão os arautos da moral, dos bons costumes e da justiça?
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Dos filmes marcantes figuram, sem dúvida, Um estranho no Ninho e O Iluminado, ambos estrelados por Jack Nicholson. Assisti há poucos dias As confissões de Shimidt e gostei muito. A perda da mulher depois de um relacionamento de 42 anos, a única filha que se casa e vai pra longe. A volta desse personagem para  casa, agora vazia. Ingredientes para mais um filme apenas, mas Jack Nicholson consegue ultrapassar as barreiras da simples interpretação brilhantemente. Em algumas passagens, tem se a impressão que sua atuação está lacônica, sem vida, mas ao final, percebe-se que isto faz parte de um todo. O grande momento é deixado para o final quando ele, sozinho em casa, de volta do casamento da filha, abre uma estranha correspondência.