Apesar da intensidade da violência trazida pela tevê, em particular, os telejornais, dá para garimpar lirismo, poesia que, às vezes, nos leva às lagrimas. Uma idosa vive com dois filhos com problemas mentais. É encontrada em meio à sujeira, sem comida e, ao ser entrevistada, diz que passa dias apenas tomando água. Conduzida a um abrigo provisório, tem outros dois filhos que a abandonaram, embora tenham condições de ampará-la, aguarda as providências legais para o que desejamos, um final feliz. A cena que me encanta é vê-la, já bem cuidada, ir à delegacia e entregar um buquê de flores ao distinto delegado Luiz Fernando Dias.
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Demorou para aparecer na mídia e quando surgiu foi de forma acanhada, em especial, num jornal de grande circulação no estado de São Paulo e no Brasil. Houve, inclusive, cartas de assinantes reclamando desta posição covarde e oportunista. Estamos nos referindo ao escândalo das supostas licitações cartelizadas do metrô da cidade de São Paulo que teriam se iniciado nos dois anos iniciais do mandato do falecido Mário Covas , se estendido nos dois finais do seu vice, o sr. Geraldo Alckimin e no mandato do sr. José Serra, não se sabe até quando mais. Hoje você abre os jornais ou liga nos noticiários da tevê e nem uma vírgula sobre isto. O que teria acontecido? Provou-se rapidamente que tudo não passava de intriga da oposição ou a quase totalidade da grande mídia é tucana? Quando do mensalão, a imprensa massacrou, todo dia esse assunto era manchete, uma tevê transmitiu ao vivo todo o julgamento. Exageraram na dose, mas antes assim. Por que no caso das licitações do metrô da cidade de São Paulo não houve e não está havendo o mesmo estardalhaço? Fala-se que o prejuízo aos cofres públicos desse escândalo é, no mínimo, três vezes maior que o caso do mensalão. Onde estão os arautos da moral, dos bons costumes e da justiça?
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Dos filmes marcantes figuram, sem dúvida, Um estranho no Ninho e O Iluminado, ambos estrelados por Jack Nicholson. Assisti há poucos dias As confissões de Shimidt e gostei muito. A perda da mulher depois de um relacionamento de 42 anos, a única filha que se casa e vai pra longe. A volta desse personagem para casa, agora vazia. Ingredientes para mais um filme apenas, mas Jack Nicholson consegue ultrapassar as barreiras da simples interpretação brilhantemente. Em algumas passagens, tem se a impressão que sua atuação está lacônica, sem vida, mas ao final, percebe-se que isto faz parte de um todo. O grande momento é deixado para o final quando ele, sozinho em casa, de volta do casamento da filha, abre uma estranha correspondência.