quarta-feira, 30 de dezembro de 2015



Um dia

Fiz uma pausa em minhas leituras mais densas para ler um romance romântico-dramático, com abordagem instigante e estratégia original. Explico, os capítulos tornam-se dinâmicos porque, via de regra, dão sequência à história um ano após o capítulo anterior e  num determinado dia do mês. O dia em que Dexter e Emma se conheceram, num final da festa de formatura de ambos. Suas vidas às vezes se cruzam, mas seguem em boa parte paralelas com acontecimentos e pessoas deferentes à sua volta. Num misto de crueza, meiguice, amor, encontros e despedidas a trama segue, trazendo um final inesperado. Com 410 páginas, o livro é gostoso de ler, com passagens que nos fazem refletir sobre o passar dos anos, as oportunidades e escolhas que fizemos ou poderíamos ter feito, nos faz rir e, sendo sensível, ficar com um nó na garganta. Mas acima de tudo é uma história linda e comovente.

Adalto Paceli

professorpaceli.blogspot.com


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Carta aberta

Ribeirão Preto, 28 de dezembro de 2015

Governador Geraldo Alckmin,

Esperamos que esta o encontre bem junto aos seus e com disposição para a conclusão de seu mandato.
Escrevemos-lhe com a intenção principal de expormos nossa opinião sobre sua recente resolução, ora suspensa, de "reorganizar" a educação pública em nosso estado de São Paulo.
Concordamos, a priori, que é interessante a separação por etapas de ensino, ou seja, 1º ao 5º ano, 6º ao 9º do Ensino Fundamental e 1º ao 3º do Ensino Médio, pois como professores sentimos as dificuldades pertinentes, a exemplo: a insegurança e dificuldade de locomoção na entrada, nos intervalos entre aulas, no recreio e na saída para os menores; barulho externo excessivo durante as aulas, particularmente, nas escolas em que o recreio é em horário diferenciado e separado para os menores.
Sabemos também que o número de estudantes, devido à queda da taxa de natalidade, diminuiu, mas temos também que considerar o grande contingente de alunos da escola particular que tem migrado para a escola pública, por diversos motivos.
Esses fatores merecem uma reformulação, mas não poderiam jamais servir como justificativa para o fechamento de escolas.
Aqui colocamos nossa sugestão, Prezado Governador, em vez de usar a separação dos alunos por faixa etária e queda da taxa de natalidade como pano de fundo para enxugar gastos fechando escolas, porque não aproveitar esse propício momento para a real implantação das escolas de tempo integral e diminuição da quantidade de alunos por sala?
Quanto à escola de período integral, sabemos que há alguns ensaios ou projetos pilotos, porém pensamos essa escola para todo o estado, indistintamente.
No tocante à quantidade de alunos por sala, Sr. Governador, esse aspecto é fundamental para uma escola de qualidade, pois aula não é palestra/aula de cursinhos vestibulares e sim um tete a tete, um debruçar-se sobre o aluno, acompanhar seu progresso, como está escrevendo ou lendo e interpretando e isso é impensável, com a qualidade que merece, numa sala com alunos em excesso.
Nossa sugestão: 1º ao 5º com 15 anos, 6º ao 9º e Ensino Médio com 20 alunos, no máximo. Aqueles que defendem que a quantidade de alunos em sala não interfere no ensino-aprendizagem, com todo respeito, estão equivocados.
Enfim, prezado Governador Geraldo Alckmin, se é para reorganizar, façamos algo digno desse nome, não fechando escolas mas, se necessário, abrindo outras, implantando o período integral, reduzindo a quantidade de alunos por sala e contratando mais professores para essa verdadeira reorganização.
Atenciosamente,

Professor Adalto Paceli de Oliveira


domingo, 20 de dezembro de 2015

Friedrich Nietzsche e Genealogia da Moral

     
          Caso alguém conheça um pouco desse escritor, não traremos novidades, alinhavamos a partir de nossa leitura do livro e parcas pesquisas apenas algumas impressões que conseguimos apreender. 
           Isso posto, conversemos, Nietzsche (1844-1900), em seu livro Genealogia da moral, intenta clarear o conceito de moral, o que é ser moralizado. Quais as diferenças entre bom x mal e bom x ruim. A questão do "pecado" associado à culpa. A influência da religiosidade no conceito de moral.    
              Friedrich faz um comentário na primeira das três dissertações dessa obra sobre  a dificuldade do animal aquático que transportando-se evolutivamente para  a terra, sentiu enorme dificuldade de adaptação e teve  a partir daí, que suportar o peso do próprio corpo e, concomitantemente, defender-se de predadores, alimentar-se e procurar abrigo. 
           Evolucionista, daí a necessidade de os criacionistas terem estrutura intelectual e psicológica para abrirem  parênteses  e continuarem lendo esse autor, acrescenta que tudo isso fez com que o homem, nesse processo, se voltasse para si. Daí nossa racionalização e com ela, segundo esse filósofo, um constante e crescente sentimento de culpa que foi sendo recalcado.
        Esse estoque de rápidas adaptações, acontecimentos, situações repentinas não ficou bem resolvido dentro do homem. A isso deu-se o nome de culpa e que a religião batizou como pecado, e o cristianismo como pecado original.
       Outro tema abordado: O ideal ascético, colocar toda essa vida em prol de uma futura, inexistente para o escritor que atribui aos sacerdotes a pecha de manipuladores, execrados por Nietzsche.
         Obviamente Genealogia da moral é muito mais do que nosso brevíssimo comentário. Caso consulte o Google encontrará trabalhos de nível superior sobre a obra e o autor. No Youtube há aulas, assistimos à do Professor Marcelo da Luz, da qual gostamos, pois é bem humorado, transmite seus conhecimentos com leveza, sem pressa e permite a participação dos alunos durante a palestra. No entanto, das aulas de Leonardo - escola de filosofia - embora tragam informações importantes, identificamos muita incoerência e soberba por parte do palestrante, assista e tire suas próprias conclusões. 
           Enfim, informações complementares são interessantes. mas consideramos que é mais eficaz e eficiente irmos primeiro à obra.
            Um abraço,

                                                                                                                                            Adalto Paceli 
     

domingo, 13 de dezembro de 2015

Carta

Ribeirão Preto, 13 de dezembro de 2015

Prezado(a) leitor (a),

    Como vai? Esperamos que você e os seus estejam bem. Nós vamos enfrentando a vida e seus desafios na esperança de melhores dias.
      É estranho receber uma carta de alguém desconhecido ou pouco familiar, não é? Mas deixemos a primeira impressão passar, para tanto continuemos a nos falar somente no próximo parágrafo...

    Gostaríamos de conversar com você sobre um assunto que não tem unanimidade e que talvez à primeira vista possa deixá-lo desconfortável, mas saiba que nosso intuito não é desrespeitar sua opinião, mas o de apenas apresentar a nossa ótica.
   Queremos falar-lhe sobre a Dilma, sim, a nossa Presidente, prefiro essa grafia a presidenta, coisa pessoal apenas. Sabemos que muitos questionam seu início político como guerrilheira e tentam compará-la aos torturadores da Ditadura, mas nem ela nem seu grupo tomou o país de assalto como fizeram os militares.
     Deixemos essa circunstância e sigamos, atuou profissionalmente num governo estadual, foi ministra de importantes pastas do governo Lula. Foi eleita para o primeiro mandato com boa margem de votos e reeleita com pequena margem, mas eleita e entrou pela porta da frente.
    "Disso já sei", você me diria. Sim, é apenas para entabularmos uma conversação sobre alguma base. Então, agora seria sua vez, "E a roubalheira, a corrupção?" Nisso damos a mão à palmatória, mas antes de recebermos a primeira pancada, conceda-nos uma observação. Pode ser?
     Gratos, já percebemos que gosta do diálogo. Será possível que apenas a partir do governo Lula tivemos roubo e corrupção? Que tal pensarmos que em outros governos também houve, mas não foi difundido como agora? Não seria ingenuidade acreditar que antes o país não ia bem, aliás hoje está muito melhor, mas que a corrupção era menor? 
      Não nos deixe falando sozinhos, já vamos encerrar esta simples missiva. Pois bem, Dilma entrou pela porta da frente, caso nosso Legislativo Federal e nossa Justiça acolham seu impedimento, que também é dispositivo constitucional, é de bom tom, civilizado e democrático que acatemos seu veredicto, que esperamos ser justo.
     Estamos de volta ao regime democrático há mais ou menos 30 anos, nesse curto espaço de tempo já tivemos um impedimento, não há impeditivo legal para que haja outro, no entanto não é recomendável que se deponha presidentes com essa frequência, para que isso ocorra deve-se observar todas as regras institucionais, pois corre-se o risco de hábito, o que não fortalece a democracia de nenhum país do mundo.
   Enfim, paciente leitor(a), não pesa contra nossa presidente nenhum ato desonesto, enriquecimento ilícito ou desobediência constitucional. Ah, as pedaladas, íamos nos esquecendo, queira nos desculpar. Houve ilícito, mas não é exclusividade de seu governo, nas três instâncias executivas já se constatou esse procedimento e nenhum prefeito, governador ou presidente foi cassado por isso.             Aperfeiçoemos nossas instituições, punamos todos os culpados, doa a quem doer, mas não queiramos depor a presidente a qualquer custo, isso além de ser uma atitude maniqueísta, querer um bode expiatório, revela falta de memória dos anos de chumbo e falta de cidadania.
     Caso concorde com nosso raciocínio integral ou parcialmente, ótimo. Caso não concorde, ótimo também. É no contraditório que construímos consenso.
       Um forte abraço, com votos de saúde, felicidade e paz,

Adalto Paceli.