segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Carta aberta

Ribeirão Preto, 28 de dezembro de 2015

Governador Geraldo Alckmin,

Esperamos que esta o encontre bem junto aos seus e com disposição para a conclusão de seu mandato.
Escrevemos-lhe com a intenção principal de expormos nossa opinião sobre sua recente resolução, ora suspensa, de "reorganizar" a educação pública em nosso estado de São Paulo.
Concordamos, a priori, que é interessante a separação por etapas de ensino, ou seja, 1º ao 5º ano, 6º ao 9º do Ensino Fundamental e 1º ao 3º do Ensino Médio, pois como professores sentimos as dificuldades pertinentes, a exemplo: a insegurança e dificuldade de locomoção na entrada, nos intervalos entre aulas, no recreio e na saída para os menores; barulho externo excessivo durante as aulas, particularmente, nas escolas em que o recreio é em horário diferenciado e separado para os menores.
Sabemos também que o número de estudantes, devido à queda da taxa de natalidade, diminuiu, mas temos também que considerar o grande contingente de alunos da escola particular que tem migrado para a escola pública, por diversos motivos.
Esses fatores merecem uma reformulação, mas não poderiam jamais servir como justificativa para o fechamento de escolas.
Aqui colocamos nossa sugestão, Prezado Governador, em vez de usar a separação dos alunos por faixa etária e queda da taxa de natalidade como pano de fundo para enxugar gastos fechando escolas, porque não aproveitar esse propício momento para a real implantação das escolas de tempo integral e diminuição da quantidade de alunos por sala?
Quanto à escola de período integral, sabemos que há alguns ensaios ou projetos pilotos, porém pensamos essa escola para todo o estado, indistintamente.
No tocante à quantidade de alunos por sala, Sr. Governador, esse aspecto é fundamental para uma escola de qualidade, pois aula não é palestra/aula de cursinhos vestibulares e sim um tete a tete, um debruçar-se sobre o aluno, acompanhar seu progresso, como está escrevendo ou lendo e interpretando e isso é impensável, com a qualidade que merece, numa sala com alunos em excesso.
Nossa sugestão: 1º ao 5º com 15 anos, 6º ao 9º e Ensino Médio com 20 alunos, no máximo. Aqueles que defendem que a quantidade de alunos em sala não interfere no ensino-aprendizagem, com todo respeito, estão equivocados.
Enfim, prezado Governador Geraldo Alckmin, se é para reorganizar, façamos algo digno desse nome, não fechando escolas mas, se necessário, abrindo outras, implantando o período integral, reduzindo a quantidade de alunos por sala e contratando mais professores para essa verdadeira reorganização.
Atenciosamente,

Professor Adalto Paceli de Oliveira


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