Caminho
A poesia despertou-me
Aos gritos e ordenou
Levanta e escreve!
Mas estou tão
cansado...
Retruquei, virando-me
pro lado.
Então entrou em mim
Minha mente foi
tomada
De cores, sons e
fantasmas
Quis resistir, mas
não pude.
Palavras gritavam e
dançavam
Loucas para serem
escritas
E não mais me
contive.
Enquanto escrevia o
que sei
Que não sei
E, que ler muitos não
querem,
Lágrima e sorriso
No meu rosto se
misturavam
Antítese de vida e
morte
De riso e choro.
Naquele intrincado
tecido
Que ora eu tecia
Vi desfilarem alegria
de infâncias
Tristeza de
despedidas.
Qual um náufrago
Que à tábua se agarra
À minha pena me
agarrava
Com pena do me ofício
Tão falado e pouco
lido.
Mas no turbilhão de
emoções
Que no papel colocava
Sentia num e noutro
verso
Que algo novo
despertava.
Se quem leria... se
lesse
Houvesse de também
sentir
Isso não sabia dizer
Pois isso já é
caminho
Que esses poucos
Terão de percorrer.
Adalto Paceli
Nenhum comentário:
Postar um comentário