sexta-feira, 5 de maio de 2017

Caminho

A poesia despertou-me
Aos gritos e ordenou
Levanta e escreve!
Mas estou tão cansado...
Retruquei, virando-me pro lado.

Então entrou em mim
Minha mente foi tomada
De cores, sons e fantasmas
Quis resistir, mas não pude.

Palavras gritavam e dançavam
Loucas para serem escritas
E não mais me contive.

Enquanto escrevia o que sei
Que não sei
E, que ler muitos não querem,

Lágrima e sorriso
No meu rosto se misturavam
Antítese de vida e morte
De riso e choro.

Naquele intrincado tecido
Que ora eu tecia
Vi desfilarem alegria de infâncias
Tristeza de despedidas.

Qual um náufrago
Que à tábua se agarra
À minha pena me agarrava
Com pena do me ofício
Tão falado e pouco lido.

Mas no turbilhão de emoções
Que no papel colocava
Sentia num e noutro verso
Que algo novo despertava.

Se quem leria... se lesse
Houvesse de também sentir
Isso não sabia dizer
Pois isso já é caminho
Que esses poucos
Terão de percorrer.

                Adalto Paceli


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