quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nós e a Nota Fiscal

     Gosto de caminhar pelo meu bairro e, na medida do possível, comprar o que preciso por lá, mas tem um detalhe que, na maioria das vezes chama minha atenção, a nota fiscal, ou melhor, a ausência dela. Você já percebeu isto também?
     Tirando as grandes lojas, se você não pedir, o comerciante fica na dele e fornece apenas um recibo, ou o comprovante do pagamento com cartão de crédito. Já presenciei notável descontentamento ao solicitar o referido documento e determinada vez, certa "dona de loja", argumentou que suas notas estavam  com o contador, pegou meu telefone e disse que entraria em contato, ainda estou aguardando, faz menos de um ano. Desconfio que não chegará, pois aquele comércio até já mudou de nome.
     Há alguns dias fui a uma pequena loja de roupas, ótimo atendimento, câmera de monitoramento interno e externo, pedido retirado pelo computador,  som ambiente  agradável. Mas quando pedi a nota fiscal paulista o simpático lojista lançou mão de um velho e empoeirado bloco  e a preencheu a mão. Pergunto, por que tanta sofiscação e um sistema tão antigo para cumprir sua obrigação fiscal?
     Pensemos no outro lado da moeda, o consumidor, você seria capaz de lembrar-se rapidamente do nome de cinco conhecidos seus que fazem questão da nota? Se for, parabéns, pois convive com pessoas conscientes. Infelizmente não é isto que acontece, a imensa maioria das pessoas nem está aí para isto e não percebem que além do poupudo lucro, dos baixos salários que pagam, ainda, de quebra, os nossos empresários, sejam grandes ou pequenos, ainda embolsam o que  devem como imposto. Você consegue isto, sendo assalariado, deixar de pagar imposto?
     Sei que este assunto tem muitas facetas e não tenho a pretenção de esgotá-lo aqui, poderíamos lembrar dos políticos desonestos, dos falsos recibos de médicos e dentistas para burlar a declaração e muito mais. Quero ater-me naquilo que é simples, prático e seguro, pedir nota fiscal. Por que não exigir este direito? Vamos refletir e começar a perceber que, se não somos os culpados diretamente pelos descaminhos da sociedade, colaboramos, e muito, com nossa omissão. Ah, não sou funcionário da Receita! Apenas cidadão.

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