domingo, 25 de março de 2012

Navegar é preciso, viver não é preciso.

     Gosto dos artigos do Jefferson Cassiano, saem aos domingos no jornal A Tribuna de Ribeirão Preto. Só fiquei um bom tempo sem lê-los quando ele resolveu escrever um artigo em série, Plínio e a voz, encheu as paciências. Mas acho que  desconfiou e pôs um ponto final voltando a escrever como antes.  Voltei a ler. Hoje, Jefferson escreveu sobre o Facebook e em síntese ironizou os usuários xiitas, que mesmo quando não têm nada a dizer fazem questão de postar algum comentário sobre determinado assunto, ainda que este não lhes diga respeito ou que eles não gostem muito, mas para fazerem parte da turma dos blogueiros, viram puxa-sacos e vão lá e postam alguma coisa.
     Também abordou esta recente necessidade de estar 24 horas conectado e a todo momento entrando na rede para ver se tem alguma novidade, um acidente trágico, a morte de alguém importante, uma nova fofoca rolando. Entram no blog do fulano importante e palpitam, mandam um sms ou e-mail para a galera. Em suma, perdem  a noção do bom senso e vivem uma vida virtual. 
     Será que estas pessoas apreciam uma rosa num jardim, uma criança sorrindo, dão uma volta com o cão pela praça, ou seja, vivem também no mundo real? Tenho a impressão que muitas delas, não. Então fico intrigado, quem está dominando, o usuário ou a tecnologia? Quem é o autômato nesta história?
    Parece que estes usuários estão num grande Big Brother e  colocaram na cabeça que são um dos membros. O prêmio não é de um milhão e meio, é o da visibilidade, sair do anonimato, ficam na esperança de que alguém famoso irá ler alguma coisa que eles escreverem ou curtir algum vídeo que eles postaram e em seguida dará um retorno, os convidará para conhecer sua casa, oferecerá um emprego ou um curso gratuito, enfim alguma recompensa por estarem vinte e quatro hora no ar.
     Não vejo nada de interessante nestes exageros, aliás, nada que é demais é bom. Doce de leite todo dia enjoa. Que tal trocar esta parafernália pela leitura de um bom livro, o de papel mesmo, ainda tem muito livro tradicional a ser lido. Visitar uma livraria ou uma biblioteca é uma boa pedida, pessoalmente, se possível.
     

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