Desde muito pequeno acostumei-me a conviver com andarilhos e doidos, pois isso era comum em Passos, Minas Gerais. Mexíamos com eles e fugíamos, às vezes quase nos pegavam. Hoje bate um remorso, mas eu era um garoto solto, que ia à escola, tinha horários, mas a rua da minha pequena cidade era meu quintal, meu e da minha turminha.
Dentre os mais conhecidos, lembro-me de alguns, Biscoitão, Tião Galinha, Relógio Quebrado, Tomate Podre, Cebolinha e Dona Dita das Mangueiras.
Dentre os mais conhecidos, lembro-me de alguns, Biscoitão, Tião Galinha, Relógio Quebrado, Tomate Podre, Cebolinha e Dona Dita das Mangueiras.
A Dita das Mangueiras era assim conhecida por morar num casebre com um quintal que tinha várias mangueiras. Quando havia fruta madura, pulávamos o muro e, com a maior desfaçatez cascávamos a manga com a boca e comíamos montados nos galhos. Certa vez quase morri de susto, pois estava tranquilo saboreando uma fruta quando vi meus colegas descerem apavorados, nem liguei, continuei na minha. Mas de repente vi a ponta de um bambu passar pertinho do meu rosto, quando olhei pra baixo, era a Dona Dita tentando me derrubar da mangueira. Subi para um galho mais alto e, nem sei como, consegui passar de uma para outra árvore e descer. Como fiz para chegar ao muro e saltá-lo? Nem me pergunte, pois nem eu mesmo sei.
Adalto Paceli
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