sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Livro infantil
O título é controverso, pois muitos o consideram inadequado, o melhor seria, segundo esses, livros voltados para a criança, nomenclaturas à parte, gostaria de sugerir o livro cuja capa aparece abaixo. Caiu-me às mãos e foi interesse à primeira vista, a começar pela capa e muito mais pela mensagem, embora as ilustrações sejam maravilhosas. Pode ser manuseado por crianças ainda não alfabetizadas e, penso. será excelente companhia em seu processo de letramento e alfabetização. Custa em torno de R$ 30,00.

LIVRO UM DIA NA VIDA DE AMOS MCGEE


Adalto Paceli

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Teus beijos

Meus lábios estão secos,
oferecem-me água,
anseiam por seus beijos.
Ressecados pela saudade
de seus lábios delicados
a roçarem os meus.
E se afastarem lentamente,
ao som de seu riso calmo
embriagando minha alma.
Mas, onde estás agora
razão de minha vida,
por que tu te foste,
Deixando-me no abandono?
Volta, minha vida sem ti
é como como um vaso sem flor,
uma rosa sem perfume.
Quem é esse que de mim te levou?
Que é esse que merece teus beijos
mais do que eu?
Como dói em mim
dares a ele o que a mim
me concedias... Teus beijos!
Sigo sangrando esse desejo
que consome os dias meus.
Segues beijando, distribuindo sonhos
que eram meus!
Eu seguirei com lábios ressequidos,
levando em mim a doce lembrança
de sua boca me beijando.
Adalto Paceli

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Teste de gramática

Quer testar seus conhecimentos? Responda no campo comentário apenas indicando a alternativa correta. Exemplo: 1 - A  2- B ...
Disponibilizarei o gabarito dia 30.11.17-  Coloque seu nome completo, se for aluno, nº , ano e turma, por gentileza.

1. Em qual das sequências de palavras temos na mesma ordem : monossílaba tônica, oxítona, paroxítona e proparoxítona? 
(A) ônibus – café – já – açúcar.
(B) já – café – açúcar – ônibus.
(C) café – já – ônibus – açúcar.
(D) ônibus – açúcar – já – café.

     2. Na frase “ A felicidade bateu às suas quatro portas” Podemos afirmar que:
             I.  A felicidade é o sujeito da frase.
             II. bateu às suas quatro portas é o predicado da frase.
             III.bateu é um verbo e está no tempo passado ou pretérito.

     (A) As afirmativas I – II e III estão incorretas ou erradas.
     (B) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
     (C) As afirmativas I – II e III estão corretas ou certas.
     (D) Somente as afirmativas II e III estão corretas.


3. Assinale a alternativa em que temos um pronome pessoal reto, um pronome oblíquo e um pronome de tratamento, respectivamente.
(A) Ele comprou uma casa.
(B) Meu coração bate feliz quando te vê.
(C) O aluno leu o livro.
(D) _ Eu me chamo Ricardo, Senhor!

          4. No trecho “Não se importavam com a gritaria do velho. Aquilo era todos os dias, fizessem eles muito ou fizessem pouco”. A palavra em destaque refere-se a
             (A) trabalho          (B) velho           (C) todos os dias          (D) gritaria

5. “ Ontem, Esther esqueceu uma moeda em cima da pia e quando quis comprar balas procurou pelo dinheiro. Dizia para sua mãe “deixei bem aqui, apontando para o sofá.” A mãe disse “Não, você deixou lá em cima da pia, eu achei e guardei.”
Assinale a alternativa em que todas as palavras do texto são adjuntos adverbiais.

(A) Esther – dinheiro – mãe – sofá.
(B) esqueceu – procurou – dizia – deixei.
(C) uma – em – da – pelo.
(D) ontem – em cima da pia – quando – aqui.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Cristal

Vê se cola
Colar o cristal
Que acaba de quebrar?

Pisou na bola
Não levo a mal
Há muito por considerar!
E agora que a taça de cristal
Está colada e guardada
Na cristaleira da vovó
Que tal tomar uma cerveja bem gelada
Nos copos que comprei de manhã
Na loja de um real?

Adalto Paceli

Hoje eu ficarei

Hoje eu ficarei,
Mas logo de manhã,
Embora eu irei.
Antes do café,
Pra não ter enrolação.
No caminho pra não ficar com fome,
Levarei comigo apenas um pão.

Não pense que sou frio
Por te deixar...
Te deixar sozinha.
Mas acredite ou não,
Dói muito mais do que você pensa.
Não resolvi isso com a mente,
Mas sim, com o coração.

Não pense que te esquecerei,
Em ti, todas as noites, pensarei.
Pessoas entram e saem de nossas vidas!
Com você não foi diferente,
Minha cara “amiga”.



Eloá – 8º A - 2017

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Quer testar seus conhecimentos? Responda no campo comentário apenas indicando a alternativa correta. Exemplo: 1 - A  2- B ...
Disponibilizarei o gabarito dia 30.10.17-  Coloque seu nome completo, se for aluno, nº , ano e turma, por gentileza.

1. Em qual das sequências de palavras temos na mesma ordem : monossílaba tônica, oxítona, paroxítona e proparoxítona? 
(A) ônibus – café – já – açúcar.
(B) já – café – açúcar – ônibus.
(C) café – já – ônibus – açúcar.
(D) ônibus – açúcar – já – café.

     2. Na frase “ A felicidade bateu às suas quatro portas” Podemos afirmar que:
             I.  A felicidade é o sujeito da frase.
             II. bateu às suas quatro portas é o predicado da frase.
             III.bateu é um verbo e está no tempo passado ou pretérito.

     (A) As afirmativas I – II e III estão incorretas ou erradas.
     (B) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
     (C) As afirmativas I – II e III estão corretas ou certas.
     (D) Somente as afirmativas II e III estão corretas.


3. Assinale a alternativa em que temos um pronome pessoal reto, um pronome oblíquo e um pronome de tratamento, respectivamente.
(A) Ele comprou uma casa.
(B) Meu coração bate feliz quando te vê.
(C) O aluno leu o livro.
(D) _ Eu me chamo Ricardo, Senhor!

          4. No trecho “Não se importavam com a gritaria do velho. Aquilo era todos os dias, fizessem eles muito ou fizessem pouco”. A palavra em destaque refere-se a
             (A) trabalho          (B) velho           (C) todos os dias          (D) gritaria

5. “ Ontem, Esther esqueceu uma moeda em cima da pia e quando quis comprar balas procurou pelo dinheiro. Dizia para sua mãe “deixei bem aqui, apontando para o sofá.” A mãe disse “Não, você deixou lá em cima da pia, eu achei e guardei.”
Assinale a alternativa em que todas as palavras do texto são adjuntos adverbiais.

(A) Esther – dinheiro – mãe – sofá.
(B) esqueceu – procurou – dizia – deixei.
(C) uma – em – da – pelo.
(D) ontem – em cima da pia – quando – aqui.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

A vida é amável!
Dizia minha tia,
irmã de minha vó.
Mamãe isso repetia
como um mantra.
Eu achava lindo,
ficava reflexivo,
aos poucos acreditava,
nessa verdade que em mim se incorporava.
Aprendi aos poucos da vida gostar.
Apreciar as flores, as árvores, a água de um regato correndo.
Agora tento,
é difícil, já vou adiantar,
um palavrão de poucas letras evitar.
Essa palavrinha-palavrão é uma desmancha prazer,
pode “crê”!
Pensando bem, vou trocá-la por um
e.
Já maduro, só aumenta em mim
a vontade de viver,
sabe por quê?
Ora, porque a vida é amável,
ninguém quer, de verdade, morrer!
Sabe quando o sol queima a pele da gente
e um não sei quê vem de dentro.
Arrepia e sem querer, a gente sente
uma coisa doida?
Isso é vontade de viver!
Então se cantarola, ri, dá uns passinhos de dança
no meio da rua.
E se vier uma fina chuva?
Hum... Viver é bom à beça.
Tá comichando, aquele palavrão quer sair.
Não! Nesse poema só vale o
e!
Os amigos, o sorriso deles?
O abraço apertado?
No olhar, a cumplicidade,
história de amor longínqua,
chamada, por convenção,
de amizade.
O gargalhar de um amigo é como
águas de uma cachoeira a descer,
respinga na gente, refresca a alma,
faz nossa força renascer.
A vida é amável,
dizia minha tia,
Irmã de minha vó.
Viu, consegui,
só falei de coisas boas.
E só falei o “palavrãozinho”
e.
O outro de lado deixei.
Pensando bem, vou usá-lo,
só vou acrescentar um
i.
O que eu quero é viver
mais
e
mais!
Adalto Paceli

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Chorar e sorrir

     “E retirou-se precipitadamente, porque suas entranhas se tinham comovido por causa de seu irmão, e tinha vontade de chorar; entrou em seu quarto e deu livre curso às lágrima.” Gênesis, 43, 30.

     A leitura da Bíblia traz para o leitor múltiplas experiências e uma delas foi uma profunda emoção com a história de José do Egito, em breves palavras, esse personagem bíblico era muito querido pelo seu pai Jacó, o que provocou ciúmes em seus irmãos que o venderam como escravo para mercadores egípcios. Aqui entra o episódio dos sonhos do Faraó e desvendados por José,  esse soberano sonhou com sete vacas e sete espigas gordas; e com sete vacas e sete espigas magras, José previu sete anos de fartura e outros sete de fome no Egito. Tornou-se primeiro ministro, administrou bem os sete anos de fartura e os outros sete de penúria foi possível atravessá-los sem piores consequências, chegando mesmo a negociar víveres com os países vizinhos.
    Aconteceu que a família de Jacó recorreu ao Egito para adquirir comida e seus filhos foram enviados para tal e lá encontraram o Primeiro-Ministro José, mas não o reconheceram, ele, no entanto, soube quem eram assim que neles pôs os olhos e ficou extremamente comovido, em especial, ao ter notícias de seu irmão caçula Benjamin e de seu pai.
    Houve idas e vindas e numa dessas, José ofereceu aos irmãos um jantar e contam as Escrituras que ele foi tomado de tamanha comoção que se retirou da sala e seu choro foi ouvido pelos servos da casa.
     Demos um gigantesco passo e vamos ao Novo Testamento e vejamos mais uma cena comovente, Lázaro e suas irmãs Marta e Maria eram amigos de Jesus, aconteceu que Lázaro morreu e o Mestre não ficou sabendo. Um tempo depois, visitou os irmãos e ao saber do falecimento do amigo, Jesus chorou.
     Por que as lágrimas causam tanta polêmica? Por que ao vermos uma pessoa chorando temos a automática reação de consolá-la? No entanto, não temos a mesma reação diante do sorriso, do riso e da gargalhada. Por quê? Certamente todos já vivemos a experiência mental de tentar sofrear nossas lágrimas com receio da reação dos circunstantes. Os amigos ficam incomodados quando percebem que nossas lágrima afloram. Há também o velho ditado “homem não chora”.
     É hora de mudarmos esse paradigma, pois o riso e o choro são lados de uma mesma moeda, choremos e permitamos que nossos afetos possam chorar em nosso ombro, deixemos que vejam nosso olhos marejados e ouçam com a mesma naturalidade o nosso riso, lembrando do Pequeno Príncipe, cujo sorrir se transformou em estrelas brilhantes, que iluminavam a vida daquele velho piloto.


Adalto Paceli

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Malu, ser ou não ser?
                                                                                        
                                                                                        
                                                                                                
     _Você está emocionada, não está?
     _ Estou! Mexer nesta pasta e encontrar tantas coisas que me fazem lembrar dela...
     Um instante de silêncio se fez, não aprofundei o assunto, a vida tem me ensinado a respeitar as dores alheias, as minhas, às vezes, me machucam muito, e nem sempre encontro um silêncio amigo.
     Desde que comecei a lecionar nesta escola tenho ouvido falar sobre ela. Falam com saudade, com doçura. Um aluno desabafou:
     _ Professor, como a Malu era legal! Sabia dizer a coisa certa, ainda que difícil, sempre conseguia chegar ao ponto sem ferir a gente. Sabe, falava com afetividade e a gente não conseguia ficar com raiva.
     Uma colega confidenciou-me que, ao vir para nossa escola, não se sentia feliz, passava por uma fase muito difícil e não via uma luz no fim do túnel. Mas quando reencontrou a Malu, e foi recebida com entusiasmo, dizendo que tudo ia dar certo, que confiasse. “As mudanças são sempre para melhor, embora a princípio, possam parecer uma catástrofe” ficou mais tranqüila, e aos poucos adaptou-se ao novo local de trabalho.
     Esther está com uma pasta funcional no colo, eu ao computador. Incumbiram-nos de redigir a biografia da ex-colega. Já havia falecido há alguns anos, mas sua memória estava mais viva do que nunca dentro da escola. Fossem apenas os dados funcionais, onde trabalhou inicialmente, para onde seguiu depois, os cursos que fez, onde nasceu e outras coisas do gênero e certamente estaríamos fazendo mais um trabalho burocrático. Mas sinto que não é só isso, pressinto algo no ar, ela está aqui! Não a conheci, mas tudo o que comentam e a emoção de minha amiga me fazem sentir sua respiração, ouço o riso que jamais ouvi, vejo sua imagem, embora não a tenha conhecido.
     Seria esta a comprovação de que o bem vale a pena? A repetição do dito popular que afirma: “as mãos que oferecem rosas ficam cheias de perfume”? Não sei dizer, aliás, eu não sei dizer muitas outras coisas, acho melhor não saber mesmo, as palavras muitas das vezes são traiçoeiras e estragam momentos que poderiam ser inesquecíveis, a palavra é um veículo muito rude para o sentimento, tão refinado!
     “Professor, aquilo é que era professora. Que carinho, que dedicação, a gente percebia que ela gostava da gente. Quando se aproximava da nossa carteira e explicava algum ponto mais complicado, nós a sentíamos inteira conosco, não só a professora, mas a pessoa, a Dona Malu”. Estas lembranças vão voltando à minha mente, enquanto Esther vai formulando a biografia e eu digitando.
     _ Sabe, Fabiano, ela era tão desprendida de bens materiais. Se necessário, gastava todo seu salário ajudando as pessoas, pensava primeiro nos outros e aquilo que sobrava usava em seu benefício. Quantas vezes ajudou alunos com dificuldades financeiras! _ diz Esther, como num monólogo. Mantendo a receptividade à sua fala com os olhos a convido a continuar falando.
     _Quando ela desconfiava que algum dos seus alunos estava envolvido com a criminalidade ou que enveredara pelos caminhos da droga entristecia-se profundamente e fazia de tudo para ajudá-lo e quando seus esforços não eram bem sucedidos, sofria demais! Acho que pessoas assim estão em extinção.
     Enquanto Esther fala, vou recordando o que uma aluna me disse em sala de aula: “Se o Senhor visse a multidão que apareceu no velório dela! Nunca vi tanto jovem na minha vida, acho que todos os seus alunos foram fazer-lhe uma última homenagem. Não sei porque lembrei-me do enterro do Brás Cubas, o do romance do Machado de Assis, apenas onze pessoas estavam no seu enterro, ele era o protótipo do homem egoísta e a nossa amiga o da mulher solidária, que vivia para os outros.
     Enquanto redigimos a biografia da Malu, alguns colegas entram na sala, chegam perto do monitor e dão uma olhada rápida. Um deles sai comentando: “Eu, hein! Sou é professor, este negócio de mártir, heroísmo, não é comigo. Sou bom profissional, entro em sala e dou minha aula e tchau e bênção!” Uma outra se comove: “Ai, como era boazinha! Eu não consigo ter este desprendimento todo. Não consigo! Isto é privilégio de alguns. Nasceu com o dom.”
     Ouvindo estes comentários, tento analisar minha prática pedagógica. Sou muito afetivo, enérgico, quero que tudo saia do meu jeito. Não, não é bem assim! Quando eu comecei achei que podia resolver todos os problemas da educação, mas o dia-a-dia foi me ensinando que a vida não acontece desse jeito! Se o fruto está verde é bobagem querer apanhá-lo, necessário é que amadureça! E tudo tem o seu tempo, não adianta afobação. Com esta visão tenho conseguido ficar mais tranqüilo. Amo o que faço, tenho consciência que lido com pessoas, e isto é muito profundo para mim. Olha, vou dizer-lhe um disparate, acho que sou um pouco Malu. Será que a maioria de nós, educadores, não o é? Nossa! Olha, estou adjetivando o nome da nossa biografada. Mas ficou interessante, não acha? Ficaria assim: Todos os educadores somos um pouco Malu!
     Paramos a redação um pouco, estávamos meio confusos num ponto. Esther perguntou:
     _ Não deveríamos colocar no texto que ela fez curso de Literatura Armênia, que era graduada em Português e Latim, que trabalhou na Diretoria Regional de Ensino? Afinal estamos fazendo uma biografia.
      Enquanto desenvolvia seu raciocínio formulo um conceito e quase a interrompo antes de concluir. Minha mente estava fervilhando. Mal conclui e despejo minha idéia:
     É verdade, estamos fazendo uma biografia. Mas pense comigo, a Malu tornou-se inesquecível não pelos títulos que possuía, mas sim pela pessoa que era e pela maneira como utilizou estes cursos, ou seja, em prol dos outros. Fosse uma Doutora, o que, aliás, hoje é corriqueiro, mas vá lá, façamos de conta que ser mestre e doutor hoje, faz o professor ser melhor na sua prática. Aliás, não podemos afirmar que o Abominável homem das neves não tenha existido realmente. Voltemos à ideia inicial, embora tivesse esses títulos e uma dezena de outros, mas não tivesse a disposição interna de servir, de ir ao encontro das pessoas, de acreditar no poder da educação, será que seria tão lembrada como o é até hoje, três anos depois de sua morte?
     Minha colega, enquanto falo, acena afirmativamente com a cabeça e percebo que está possuída pela minha idéia e não vê o momento de poder falar. Seu interlocutor é muito loquaz e ela muito paciente. Percebo e passo a bola.
     _ Você tem razão, estou há mais de vinte anos no magistério, quantos e quantos professores passaram pela minha vida! A maioria deles realmente só passaram. Lembro-me daqueles com os quais tive alguma relação afetiva e não dos que tinham apenas a capacidade profissional. Sabe, Fabiano, vou mais longe. Quando era criança tive uma professora que se chamava Jacira, eu estava no primeiro ano do antigo primário. Não consigo esquecê-la, tinha os cabelos longos e pretos com tranças. Ela recebeu-me tão bem, com tanto carinho e cheia de delicadezas para comigo! Pra falar a verdade, ela era mais meiga e atenciosa que minha mãe. Olha! Ter tido o prazer de entrar na escola e ser recepcionada pela D. Jacira foi um privilégio que  marcou-me pelo resto da vida. Não lembro se ela ensinava bem, tenho a impressão que sim. E agora contando isto pra você ficou muito claro que ela abriu as portas da escola para mim, e abriu de uma forma tão especial, que por mais que outros professores tenham tentado fechá-las não conseguiram, eu já tinha o segredo da fechadura.
      Sorrio para minha amiga e comento:
      - Nossa! Que papo mais gostoso, confesso que quando me pediram para ajudá-la nesta tarefa não me empolguei muito, pensei: “Ih! Mais uma chateação.” Mas agora aqui sentando ao seu lado e trocando confidências tão profundas sinto-me muito bem. Mas o que acha de concluirmos a biografia? Estou ficando com fome e já é quase uma da tarde.
     Faltam apenas alguns detalhes, concluímos o texto, entregamos para a diretora da escola e nos despedimos. Mas a Malu não saiu da minha cabeça, voltei para casa leve, falar sobre esta figura, mesmo sem tê-la conhecido mexeu comigo. Sempre me entreguei com paixão àquilo que faço, e ser professor é a minha realização, a minha alegria, a minha razão de ser. Amo o que faço. Às vezes odeio, brigo com todo mundo, grito com um aluno levado, digo pra mim mesmo que não vou levar as coisas tão a sério, que muitos alunos não merecem. Tudo da  boca pra fora, no outro dia estou acreditando em tudo de novo. Converso com aquele aluno levado e já esqueci o que aconteceu ontem. Ouço uma música e penso: “Nossa! Que letra legal pra trabalhar com meus alunos, penso que vão gostar. Vou ao banco e pego um punhado de panfletos e digo pra mim mesmo: “Esta propaganda está ótima pra trabalhar verbos. “Acho que não sou um pouco Malu, sou muito!”

Adalto Paceli


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Recém casados
_Benzinho, você deixou de novo a toalha molhada em cima da cama? Por que não pôs no sol?
_ Não alcanço!
Perderia a graça se a mulher, em vez de usar a preposição Em + artigo o = NO, tivesse usado a preposição A + artigo o = AO, concorda? ( Pôs AO sol ).
Pois bem, vamos conversar sobre mais essa classe de palavras ou classe gramatical, as preposições, pois elas são muito importantes para completar o sentido das frases. Vejam mais alguns exemplos:
Fui ao mercado COM meu amigo.
Fui ao mercado PARA meu amigo.
Fui ao mercado DO (DE + o) meu amigo.
Fui ao mercado SEM meu amigo.
Percebem a importância delas? Além de ampliarem nosso conhecimento, saber utilizá-las corretamente facilita nossa comunicação.
É isso!
Adalto Paceli

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Vida


Dizer o indizível,
loucura do poeta.
Tentando traduzir a vida.

Captar relâmpagos, sopros, flashes
do vivendo
no momento que acontece.

Pó na estante,
erros de gramática?
Esquece!

Sentir o pulsar,
sorrir e olhar,
gargalhar e ouvir.

Viver é centelha tênue.
só acende
se a gente
soprar.

Existe quando faz fogo,
vira incêndio
que leva
 momentos.

Depois...
Lembranças, saudade,
arquivo!

O valor da vida?
Fogo enquanto queima!





Adalto Paceli

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Resumo seco ou neutro: 
Aquele em que apenas contamos o essencial, sem nos envolvermos, ou seja, não damos opinião nem tomamos partido.
.Evite dar detalhes que podem ser desprezados.
.Conte apenas aquilo que é absolutamente relevante.
.Não reescreva ou recrie diálogos.
. Apresente o que vai ser resumido ( romance, filme, artigo de opinião, reportagem, conto, crônica, etc. ). Para isso crie um parágrafo inicial. " O livro....., escrito por ...., nos conta....
. Escreva seu resumo dividindo-o em, no mínimo 3 parágrafos, considero 3 a 5 parágrafos um tamanho ideal.
. A partir do 2º parágrafo desenvolva seu resumo e no último faça as conclusões.
. Antes de tudo, converse com alguém que também conheça o que vai ser resumido, tente recuperar mentalmente aquilo que é digno de nota.
. Faça um rascunho.
. Passe a limpo.
. Seu resumo deve ter um título ou descrição inicial, por exemplo, no meio da linha, Resumo do filme " O caçador de Pipas"
Observação: Há outros tipos de resumos, por exemplo, o opinativo.
É isso!

Adalto Paceli

domingo, 4 de junho de 2017

Álvaro de Campos
Ora p....!
Ora p....!
Então a imprensa portuguesa é
que é a imprensa portuguesa?
Então é esta merda que temos
que beber com os olhos?
Filhos da p...! Não, que nem
há p... que os parisse.
Parodiando Fernando Pessoa
Ora p....!
Ora p....!
Então a imprensa brasileira é
que é a imprensa brasileira?
Então é esta merda que temos
que beber com os olhos?
Filhos de uma mãe que vende o corpo!
Não, que não há uma dessas mães
que os parisse!
Adalto Paceli
Marina Colasanti

Hoje de manhã fui a um evento da 17ª Feira do Livro, um encontro com a contista, romancista, poetisa, cronista, ensaísta e ilustradora, com 60 livros publicados, ufa, Marina Colasanti, Embora tenha esse vasto currículo, é uma doçura de mulher ouvi-la foi música para os meus ouvidos. Prestes a completar 80 anos, disse que o que a motiva é ter sempre novos projetos e estar sempre em movimento.
De toda sua obra, confesso que pouco conheço e desse pouco, um texto que marcou para mim é "A moça tecelã". 
Ver, ouvir e apreciar pessoas inteligentes, educadas e que sabem se colocar sem arrogância é algo imperdível, por isso, levantei-me cedo em plena fria manhã de domingo.
É isso!


Adalto Paceli

sábado, 3 de junho de 2017

Reciclar é legal!
Essa frase está num muro e a leio quando estou indo a pé para a escola. Considero a reciclagem uma iniciativa inteligente e que traz resultados imediatos, a médio e a longo prazo, pois contribui para a saúde da nossa casa-mãe, o planeta Terra.
No ano passado, a professora de ciências Neusa Barbieri iniciou um projeto no Cemei IV e uma das etapas era disponibilizar em cada sala de aula uma caixa para que os alunos coloquem as folhas que descartam, de tempos em tempos, um grupo de alunos recolhe essas folhas e, quando reúnem um bom tanto, são vendidas por um módico valor que poderá contribuir com algum pequeno gasto na escola. Mais importante que isso é incutir nos alunos a consciência do não desperdício e do cuidado com o meio ambiente.
Porém, em minha sala, houve uma dificuldade, os alunos começaram a jogar lixo na referida caixa. Nessa semana, no início da aula com o 8ºB, pedi para 3 alunas encaparem a caixa para que não fosse confundida com o cesto de lixo e elas me surpreenderam com o resultado final, vejam vocês mesmos. Obrigado, meninas!


Fazendo arte

Meus alunos continuam fazendo arte, dessa eu gosto!


terça-feira, 30 de maio de 2017

 Linha Cruzada

      No meio da noite o telefone de minha casa, tocou, tocou muito, então acordei, calcei meus chinelos, desci as escadas e fui para o pequeno corredor entre a sala e a cozinha, onde fica o telefone. Não reconheci o número no visor, mas atendi mesmo assim.
      Foi muito estranho, eu conseguia escutar alguém na linha, na verdade, pareciam duas pessoas conversando, mas era impossível entender a conversa, pois as vozes pareciam distantes, como se estivessem bem longe do telefone. Curioso, porém assustado, desliguei o telefone e voltei para o quarto.
      Já estava no último degrau da escada quando o telefone toca novamente. Desta vez, era possível escutar e entender bem melhor a conversa. Percebi que se tratava de uma linha cruzada, pois os dois sujeitos não perceberam que alguém escutava em momento algum.
      Eram dois homens, um deles parecia mais velho que o outro. Por mais que eu estivesse com sono, continuei escutando os estranhos. Eles falavam sobre cordas, pregos, redes, martelos é mais uma série de outras ferramentas. Pareciam planejar algo importante, e estavam ansiosos, quando o mais novo falou:
      - Já conseguiu a arma?
      - A espingarda? Sim, sim. Tudo pronto, né?
      - Acho que sim, tudo pronto.
      - Estou indo, chego aí dentro de 15 minutos.
      - Estarei aguardando no local combinado.
      E desligou.
      Entrei em pânico. Alguma coisa iria acontecer dentro de 15 minutos e não parecia nada bom. Liguei para a polícia, ainda muito assustado. Contei tudo o que escutei e o número do telefone que estava na lista de últimas chamadas. A atendente disse que já estava mandando uma viatura para o endereço do telefone, disse para eu não me preocupar e desligou.
      Então, voltei para o meu quarto e tentei dormir, mas não consegui. Cerca de meia hora depois, escuto o telefone tocar novamente. Voei escada abaixo e atendi rapidamente. Era a atendente, a moça da polícia. Ela disse para eu não ficar tranquilo, pois foi tudo um mal entendido. Eram apenas avô e neto que planejavam acampar e caçar no fim de semana.
      Fui dormir aliviado, e prometi a mim mesmo que nunca mais escutaria conversas dos outros.


- Gabriela Cardoso Ribeiro, 8° ano B, n° 8, 14 anos.

domingo, 21 de maio de 2017

Passa ônibus em minha rua,

Pra muitos um tormento,
Pra mim, terno momento.
Vê-lo todo iluminado,
Enternece-me o coração.

Mamãe dizia que deitada,
Naquelas noites insones,
Nos momentos que nos consomem,
Nada a consolava mais
Que o latido de um cão.

Caminhando com as gentes,
Nos lugares de movimento,
Presto atenção nas palavras e risos
Dos que passam desatentos
E colho migalhas de atenção.

Não pense que tudo isso
Traz-me tristeza ou rancor,
Ao contrário, são sinais de vida
Vivida com muito amor.

Amor à vida, aos amigos,
Até por alguém desconhecido.
Por meus filhos e um livro,
Também a quem se foi.
E pelo meu bem,
Que nesta noite fria
É meu melhor cobertor!


                                                                Adalto Paceli

segunda-feira, 15 de maio de 2017

DELÍRIO
Quando dormimos o nosso espírito vela.
— Ésquilo
A noite quando durmo, esclarecendo 
As trevas do meu sono,
Uma etérea visão vem assentar-se
Junto ao meu leito aflito!
Anjo ou mulher? não sei. — Ah! se não fosse
Um qual véu transparente,
Como que a alma pura ali se pinta
Ao través do semblante,
Eu a crera mulher... — E tentas, louco,
Recordar o passado,
Transformando o prazer, que desfrutaste,
Em lentas agonias?!
Visão, fatal visão, por que derramas
Sobre o meu rosto pálido
A luz de um longo olhar, que amor exprime
E pede compaixão?
Por que teu coração exala uns fundos,
Magoados suspiros,
Que eu não escuto, mas que vejo e sinto
Nos teus lábios morrer?
Por que esse gesto e mórbida postura
De macerado espírito,
Que vive entre aflições, que já nem sabe
Desfrutar um prazer?
Tu falas! tu que dizes? este acento,
Esta voz melindrosa,
Noutros tempos ouvi, porém mais leda;
Era um hino d′amor.
A voz, que escuto, é magoada e triste,
— Harmonia celeste,
Que à noite vem nas asas do silêncio
Umedecer as faces
Do que enxerga outra vida além das nuvens.
Esta voz não é sua;
É acorde talvez d′harpa celeste,
Caído sobre a terra!
Balbucias uns sons, que eu mal percebo,
Doridos, compassados,
Fracos, mais fracos; — lágrimas despontam
Nos teus olhos brilhantes...
Choras! tu choras!... Para mim teus braços
Por força irresistível
Estendem-se, procuram-me; procuro-te
Em delírio afanoso.
Fatídico poder entre nós ambos
Ergueu alta barreira;
Ele te enlaça e prende... mal resistes...
Cedes enfim... acordo!
Acordo do meu sonho tormentoso,
E choro o meu sonhar!
E fecho os olhos, e de novo intento
O sonho reatar.
Embalde! porque a vida me tem preso;
E eu sou escravo seu!
Acordado ou dormindo, é triste a vida
Dês que o amor se perdeu.
Há contudo prazer em nos lembrarmos
Da passada ventura,
Como o que educa flores vicejantes
Em triste sepultura.
GONÇALVES DIAS
Este tem sido meu livro de cabeceira, tenho uma edição antiga que traz uma introdução de Mário da Silva Brito com o título "Informe sobre o homem e o poeta Gonçalves Dias". Fiquei impressionado com algumas passagens, por exemplo, o preconceito que sofre por ser mestiço, pois é filho bastardo de um português com uma mestiça, disso resulta sua grande desilusão amorosa. Apaixonado Por Ana Amélia que será sua musa inspiradora, pede-a em casamento, mas a mãe da menina recusa o pedido por meio de uma carta. Carta fatídica que o fará sofrer desse amor negado até sua morte num naufrágio perto de seu estado natal, o Maranhão, morre mais pelo seu grave estado de saúde que pelo afundamento do navio.
Desse livro tenho tirado algumas poesias aqui postadas. Espero que estejam gostando. Acima vai mais uma.
É isso!
Adalto Paceli

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Caminho

A poesia despertou-me
Aos gritos e ordenou
Levanta e escreve!
Mas estou tão cansado...
Retruquei, virando-me pro lado.

Então entrou em mim
Minha mente foi tomada
De cores, sons e fantasmas
Quis resistir, mas não pude.

Palavras gritavam e dançavam
Loucas para serem escritas
E não mais me contive.

Enquanto escrevia o que sei
Que não sei
E, que ler muitos não querem,

Lágrima e sorriso
No meu rosto se misturavam
Antítese de vida e morte
De riso e choro.

Naquele intrincado tecido
Que ora eu tecia
Vi desfilarem alegria de infâncias
Tristeza de despedidas.

Qual um náufrago
Que à tábua se agarra
À minha pena me agarrava
Com pena do me ofício
Tão falado e pouco lido.

Mas no turbilhão de emoções
Que no papel colocava
Sentia num e noutro verso
Que algo novo despertava.

Se quem leria... se lesse
Houvesse de também sentir
Isso não sabia dizer
Pois isso já é caminho
Que esses poucos
Terão de percorrer.

                Adalto Paceli


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Dica sobre resumo: Evite copiar trechos do texto original e juntá-los, pois esse mosaico pode ficar superficial, sem sentido e desinteressante. Isso não quer dizer que não você não possa copiar um ou outro trecho, nesse caso coloque entre aspas. 
Apresente o título, a fonte e o assunto no primeiro parágrafo, por exemplo: O texto tal, publicado na revista x retrata o assunto tal...
. Caso o texto a ser resumido traga falas de especialistas ou de pessoas envolvidas no assunto, recrie as citações. Veja: O psicólogo Roberto Farias alerta para o fato de muitas mulheres recorrerem a clínicas clandestinas por não terem condições financeiras...
. Resuma só o essencial, não copie diálogos, esses, geralmente, não cabem nesse gênero textual.
É permitido fazer comentários ou opinar? Depende do tipo de resumo solicitado. Caso seja um resumo em que não se explicite essa possibilidade, atenha-se ao que está escrito no texto original.
Devo fazer parágrafos? Sim, é imprescindível, pois o resumo é um novo texto e deve conter, portanto, a introdução, o desenvolvimento e o desfecho ou conclusão.
É isso.


Adalto Paceli
Belchior,
Eu sou também
 Um rapaz latino-americano
Sem dinheiro no banco.
Sinto solidão na estrada
Quando as paralelas dos pneus
São duas estradas nuas
Em que fujo do meu eu.
Já gritei do apartamento
Mas só o eco respondeu.
Já beijei a menina
No escuro do cinema
Quando ninguém nos via,
Pois meu coração selvagem
Tinha pressa de viver!
Implorei que alguém vivesse comigo,
Mas... não quis correr perigo.
Enfim trago sua dor, pois percebo
Que apesar de ter feito
tudo que na vida a gente faz,
Ainda sou o mesmo e
Vivo como meus ancestrais.
Você, Belchior, mais do que ninguém,
Soube cantar o que sinto,
Coisas que estão no coração,
mas não sei como dizer.
Obrigado poeta!
Adalto Paceli.

sábado, 22 de abril de 2017

Perdi a esperança como uma carteira vazia...

Perdi a esperança como uma carteira vazia...
Troçou de mim o Destino; fiz figas para o outro lado,
E a revolta bem podia ser bordada a missanga por minha avó
E ser relíquia da sala da casa velha que não tenho.
(Jantávamos cedo, num outrora que já me parece de outra incarnação,
E depois tomava-se chá nas noites sossegadas que não voltam.
Minha infância, meu passado sem adolescência, passaram ,
Fiquei triste, como se a verdade me tivesse sido dita,
Mas nunca mais pude sentir verdade nenhuma excepto sentir o passado)

Fernando Pessoa por Álvaro de Campos

sábado, 15 de abril de 2017

Dica para a escrita de redação do tipo narrativa, ou seja, aquela que conta uma história, que pode ser totalmente fictícia, baseada em fatos reais ou que conte uma história que realmente aconteceu.
Ao planejar seu texto, o que você decidiu quanto às personagens? E sobre o(a) narrador(a)?
Sim, é importante pensar nestes dois componentes essenciais de uma história.
Sua trama terá muitos ou poucos personagens? Você dará nome a eles? Seus personagens conversarão, ou seja, haverá diálogos? Muitas ou poucas falas? Cuidado para não exagerar ou criar diálogos dispensáveis ou superficiais demais.
Vai ter um narrador ou uma narradora? Caso afirmativo, esse alguém que irá contar a história não deve ser confundido com você, o escritor, pois ele(a) é uma criação sua, assim como as personagens.
Esse(a) narrador(a) pode ser de dois tipos e a este assunto chamamos de Foco Narrativo. Veja:
Pode ser alguém que além de contar, também participa da história como personagem, chamado de narrador-personagem.
E o outro tipo é aquele narrador que só conta a história, sem participar como personagem, sabe tudo sobre as personagens, antecipa acontecimentos e está em todos os lugares, a esse tipo de narrador(a) damos o nome de narrador-observador.
Enfim, não precisa fazer um super planejamento antes de escrever uma história, mas os aspectos acima darão, sem dúvida, qualidade a sua redação e para encerrar, improvisarei um começo de redação com os dois tipos de narrador.
"André não conseguia tirar Aline da cabeça, desde que a conhecera naquela festa, todos os dias ia até aquela casa na esperança de reencontrar a garota..." ( Narrador-observador )
"Eu não conseguia tirar Aline da cabeça, desde que a conheci naquela festa, todos os dia ia até aquela casa na esperança de reencontrá-la." ( Narrador-personagem )
É isso!
Até quando
Suportarei a solidão?
Penso-me forte,
Olho pros lados... Ninguém...
No rádio Raul Seixas,
Em inglês.
Parece que consola,
Mas quero
Toque, voz,
Aconchego e proteção.
Lágrimas,
Filme repetido,
Música na memória...
Só penso em Piaf.
Quero também dizer
Não me arrependo de nada
Que nada. Não quero Edith,
Não quero música no rádio,
Nem Internet, nem Face...
Quero um amor... Um amorzinho...
Tento me construir. Altos papos,
Sorriso largo, estrutura emocional,
Etecétera e tal...
Mas quá! As ameaças de amor
Não se concretizam.
O erro é meu? Fico a pensar...
Fui afoito? Devia mais esperar?
Ah! Esse amor não vem,
Estou assim... Assim...
Sem ninguém.
Onde andará este bem?
Adalto Paceli.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Convite
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
José Paulo Paes.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Resenha do livro ''A marca de uma lágrima''
Amor e ódio. Essas são as duas palavras que melhor definem o que senti ao ler o Livro ‘’A marca de uma lágrima’’. Mas até acho que elas combinam com o mesmo, pois são intensas como ele.
Pedro Bandeira é sensacional, nisso não há dúvidas. Mas acho que nessa obra, ao tentar representar como os adolescentes se sentem diante de certas situações da vida, ele exagerou um pouco na dose e criou personagens que, ao meu olhar não são tão encantadores quando olhados bem de perto. Isabel, uma garota bonita e inteligente, que ama escrever e que encanta a todos. Cristiano, um menino extremamente bonito, legal, que finge ser inteligente, mas na verdade nem é tão bom assim; é o grande amor de Isabel, do qual ela abre mão e entrega de bandeja para a melhor amiga, Rosana. Uma menina que pelo o que o livro diz, não passa de beleza exterior, não é inteligente, não é interessante e assim vai. E por fim, dentre as principais personagens, também temos o Fernando, um rapaz, bonito, inteligente, agradável e que faz de tudo para ver Isabel feliz. Fora estes ao longo da história alguns professores de Isabel e funcionários da escola onde ela estuda também tomam uma grande importância dentro da história, e também temos a presença dos pais de Isabel, que não dão a mínima para a filha.
Vou ser bem sincera, a única personagem que eu realmente gostei foi do Fernando, ele é mais como as pessoas que eu conheço, como os jovens, como eu. Isabel, que é a principal da história, não me conquistou de jeito nenhum. Ao ler o livro, eu ficava imaginando se aquela menina existisse de verdade e fosse alguém da minha turma ou do meu convívio. Se fosse, acho que toda a vez que ela ousasse começar a falar, eu inventaria alguma desculpa para não ficar perto. Sempre reclamando de tudo, levando tudo ao extremo, agindo como se fosse uma adulta e se sentindo superior. O insucesso de um amor, já era motivo para ela achar que sua vida havia acabada. Peguei-me mais de uma vez, sentindo vontade de invadir os pensamentos daquela personagem e lhe dizer que havia muita coisa além do garoto bonitinha da escola, o que uma menina tão madura como ela já deveria saber. As suas lamentações e autocríticas ao longo de todo o livro tornam a leitura cansativa.
Mas entre tantas críticas, também não posso deixar de dizer que grande parte da obra é muito boa. O interessante é que, não é um livro tão simples de ser lido; exige atenção e dedicação do leitor; faz com que quem está lendo faça várias suposições do que virá a acontecer e estimula um lado detetive no leitor. O livro é conduzido muito bem até o final, com frases bonitas, trazendo palavras não tão comuns nos livros infanto-juvenis, recheando assim, o nosso vocabulário de novas palavras. E ainda aborda temas como a bulimia, anorexia e mostra a importância que os pais têm na vida dos filhos e como a ausência deles é ruim.
Mas apesar das críticas, eu recomendo que quem se interessar pelo livro, que leia, pois para cada um ele vai ter um significado diferente. Não é um tipo de livro que me agrada, por ser muito melancólico, mas não deixa de ser uma bela obra.
- Amanda Morais/ 8°A - 2013