domingo, 16 de outubro de 2011

Ah, Minas Gerais!

Chão de Minas dos tempos antigos,

gente que ama de um jeito

rude, calado e sofrido!



Julho de 37, roça e vila,

vendeiro com mulher rezadeira,

nasce outra Maria.



Ah, Minas Gerais,

quantas  Marias a esta iguais!



Corre e  dança nos bailes,

estuda e visita as tias,

pisa e repisa o chão de Minas.



Sofre vendo a mãe correr

e na lama do quintal

recolher o que sobrou



Da massa que preparou,

mas que o pai furioso

ao chão atirou.



Ah, Minas Gerais,

Quantas Marias a estas iguais!



Falar da vida é dizer

que ela passa,

a tal moça se casa.



Com os filhos, na rotina, alguma alegria

e a liberdade por conquistar.

O primeiro foi seu pai.



O segundo, um marido beberrão,

o terceiro era do tipo mandão.

Assim, depressa o tempo esvai.



Ah, Minas Gerais,

quantas Marias a esta iguais!





Nas ruas das Gerais

continua a pisar, todos se foram,

segue sozinha a vagar.



Marido há muito não tem,

os filhos a Minas já não vêm.

Sente a velhice a chegar.



A velha casa vende,

um filho pra longe dali,

Maria vai levar.



Nas contas do rosário desfia

cinco invernos bem rezados

nas terra de São Paulo.





Num junho, treze é o dia,

sua conta derradeira

a mineira acaba de rezar.



Ah, Minas não mais,

outra Maria se vai!


Adalto Paceli



2 comentários:

  1. Parabéns professor pelo seu maravilhoso texto, fiquei admirado com as palavras as quais usou, me deixaram um tanto quanto emocionado, não pelas palavras delicadas, mas sim, pela história de vida contada no texto, vejo, que foi uma vida sofrida, mas nem por isso, ela (Maria) deixou de lutar, viveu sua vida com força, tolerância, felicidade, etc. Lutou por si mesma, por seus filhos, batalhou arduamente, por todos os anos para que finalmente fosse feliz, e visse os filhos crescerem e serem alguém na vida. Isso, com toda a certeza, foi a que mais a deixou feliz: Ter cumprido a sua parte de mãe, ter educado, dado amor, carinho e demais coisas. Mais uma vez, lhe parabenizo pelo ótimo trabalho feito. Obrigado, atenciosamente seu aluno Thiago Duarte de Lima - 8ªB - Cemei IV

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  2. Ótimo poema!Boas palavras,rimas e emoção é fundamental para um bom poema,e você colocou tudo isso e mais um pouco.
    Adorei o jeito com que você ve tudo isso,ou seja,interpleta a vida sofrida de Maria,Maria que batalhou para ver seus filhos felizes,crescendo e sendo auguém na vida,auguém cuja ela deve se orgulhar muito.
    Você descreve desde quando ela nasce até sua morte,eu acho que isso prende o leitor a sua leitura(texto o qual esta lendo),muito bom mesmo!Parabéns.
    Alexandre Fantini Berzuini 8ªB - Cemei IV

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