quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Adeus de Teresa





A vez primeira que eu fitei Teresa
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos...  e depois na sala
“Adeus!” eu  disse-lhe a tremer co’a fala...
E ela, chorando, murmurou-me: “adeus”.

Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavalheiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
“Adeus!” lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!”

Passaram tempos... séc’los de delírio,
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
...Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse __”Voltarei!... descansa!...”
Ela, chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”

Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d’Ëla e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!...Ela me olhou branca...surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”

Castro Alves

Um comentário:

  1. Comparação

    Es tão bela
    quanto um rubi
    que se guarda
    no cofre do
    coração

    Es o anjo
    que cairá
    pra me salvar
    dessa perdição

    Es a flor,
    que ao primeiro
    olhar tornou - se
    a pura flor,
    unica em meu
    jardim, tão
    bela quanto
    todas as flores
    desse mundo

    es tu, a bela
    dama de minha vida
    uma princesa a meu olhar!

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